rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 22 out. 22:24

Como funciona o novo plano de atendimento de crianças e grávidas no SNS?

Como funciona o novo plano de atendimento de crianças e grávidas no SNS?

Governo apresentou um novo plano de reorganização das urgências de Obstetrícia, Ginecologia e Pediatria.

No Explicador Renascença desta terça-feira vamos olhar para o plano de reorganização das urgências de obstetrícia/ginecologia e pediatria que foi apresentado pela ministra da Saúde.

Depois de dois anos de um abre e fecha constante, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, é agora que vem aí uma solução para as grávidas?

Para já, vem aí um modelo - a aplicar nas regiões de Lisboa, Setúbal e Oeste - que vai servir de teste piloto, ao longo de três meses. Depois, em função dos resultados pode ser alargado ao resto do país.

O responsável pela equipa que o desenhou, o pediatra Alberto Caldas Afonso, acredita que, no futuro, vai ser possível garantir que, um serviço que esteja aberto a 1 de janeiro, vai permanecer aberto até 31 de dezembro.

Neste plano, o que está previsto para a pediatria?

Vai ser criada uma Linha SNS Criança e Adolescente - acessível pelo número da Linha Saúde 24 - para onde os pais ligam antes de se dirigirem a uma urgência.

Feita a triagem, em função da gravidade do caso, a criança ou é enviada para uma consulta no centro de saúde, que terá de acontecer nas 48 a 72 horas seguintes, ou se for caso disso é encaminhada para uma consulta aberta no hospital ou no centro de saúde para ser vista nas 24 horas seguintes. Se se tratar mesmo uma situação emergente, é enviada para a urgência hospitalar.

Significa isto que as urgências passam a atender exclusivamente os menores que forem enviados por estas linhas, pelo CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes e as que são referenciadas pelo médico assistente ou enfermeira especialista.

Há mais de um milhão e meio de pessoas sem médico de família. Como é que se garantem consultas nos cuidados primários?

Vão ser criados dois Centros de Atendimento Clínico para pediatria, à semelhança dos que existem para adultos.

O de Lisboa vai ficar instalado no Hospital da Cruz Vermelha e é para lá que são enviadas as crianças e adolescentes, triados com pulseira azul e verde, sem médico de família, da área de influência dos hospitais de Santa Maria, São Francisco Xavier e D. Estefânia.

O do Porto vai partilhar o espaço com o CAC recentemente criado para adultos no Hospital da Prelada e vai atender as crianças e adolescentes da área do centro hospitalar do Porto e dos hospitais de Matosinhos e de Gaia.

Já se sabe quando é que abrem?

Não. O que se sabe é que o Centro Clínico do Porto vai abrir mais cedo do que o de Lisboa, mas não há nada previsto. Os responsáveis por este plano esperam que seja o mais depressa possível.

Então e para as grávidas, o que é que muda?

Na prática não muda muito, porque neste momento as grávidas já são aconselhadas a ligar para a Linha SNS Grávida antes de se dirigirem a uma urgência hospitalar.

Se forem triadas com pulseira verde (pouco urgente) serão encaminhadas para uma consulta aberta hospitalar em 24 horas. Se receber pulseira azul (não urgente) segue para uma consulta aberta nos cuidados de saúde primários no dia útil seguinte ou para uma consulta normal.

Só os casos urgentes e emergentes, triados pela linha ou pelo CODU, ou se a grávida tiver uma carta do médico assistente ou de um enfermeiro especialista, é que vão para a urgência hospitalar.

E se a grávida for pelo seu próprio pé para a urgência hospitalar?

Nesse caso, será aconselhada a ligar para a Linha SNS Grávida. Se recusar, será observada por um enfermeiro especialista que determinará se fica.

Para implementar este plano vão ser contratados mais médicos ou vão ser criar condições para que os que lá estão não saiam?

O coordenador do grupo de trabalho que desenhou este plano, o pediatra Alberto Caldas Afonso, acredita que se conseguir retirar as falsas urgências dos hospitais, as equipas podem ser mais pequenas. Também diz que está a preparar um modelo de incentivos, inspirado nas parcerias público-privadas para reter e atrair mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde.

No imediato não deu muitos pormenores. Disse, apenas, que serão diferenciados em função das regiões e da atividade médica, por exemplo, se inclui horas de urgência ou não.

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