expresso.ptexpresso.pt - 15 out. 22:41

Miranda Sarmento elogia banca, banqueiros queixam-se de regulação excessiva e inadequada

Miranda Sarmento elogia banca, banqueiros queixam-se de regulação excessiva e inadequada

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, fechou a conferência dos 40 anos da Associação Portuguesa de Bancos, deixou elogios e concordou com as queixas dos banqueiros sobre excesso de normativos. Não deixaram de criticar as contribuições extraordinárias que se mantêm no Orçamento do Estado para 2025

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou esta terça-feira estar confiante no crescimento da economia em 2025 e nos anos seguintes. Elogiou o setor da banca: “temos um setor bancário muito diferente do que era há 10 anos, mais resiliente, mais sólido, com os seus excessos normativos. Concordo com Miguel Maya [presidente do BCP]".

O presidente do BCP, Miguel Maya, assim como os restantes banqueiros, citaram por diversas vezes o relatório Draghi, para destacarem vários desafios. Neste caso, Maya destacou “a regulação excessiva e a inadequada regulação”, que contou com a concordância do ministro das Finanças.

Joaquim Miranda Sarmento falou para uma plateia repleta de banqueiros, reguladores da área financeira e afins, depois de ouvir parte do que os gestores dos cinco maiores bancos a operar em Portugal tinham para dizer.

O ministro fez questão de dizer ao que ia: “venho falar do Orçamento do Estado, não de conversas”, referindo-se ao facto de um dos banqueiros, o presidente do BPI, ter dito que “as conversas sobre o Orçamento nos últimos meses é trágica, andamos com conversas e não há paciência para isto”. João Pedro Oliveira e Costa foi mais longe ao afirmar: “temos de nos indignar e não continuar a dar para este peditório”, para concluir: "temos uma oportunidade de ouro para darmos um salto em frente".

Passou em revista a convicção sobre o crescimento estimado da economia de 2,1%; os 0,3 pontos percentuais do saldo orçamental e redução sustentada da dívida pública. Referiu ainda a descida do IRC, o IRS Jovem e justificou o que sustenta a subida prevista para a receita do ISP. Explicando que esta subida do ISP decorre não só da atualização da taxa de carbono, que tem de ser feita, é um compromisso, como do aumento estimado do consumo.

Do lado dos banqueiros, o debate moderado por Isabel Vaz, presidente executiva da Luz Saúde, foram passados em revista vários temas, entre os quais que a escala das empresas importa para, entre outras coisas, as empresas investirem em tecnologia, requalificar os seus quadros e remunerá-los melhor.

Ter escala foi um dos pontos abordados por Pedro Castro Almeida, presidente do Santander, quando questionado por Isabel Vaz. “O tamanho importa bastante”, frisou em várias frentes, para investir e o país poder crescer sustentadamente. Mais uma vez o relatório Draghi foi citado pelos desafios que estabelece para a Europa em termos de escala. E deu nota de que na Europa dois terços do financiamento das empresas é concedido pela banca, mas nos EUA só um terço provém dos bancos.

Castro Almeida recordou que “Portugal teve uma bebedeira coletiva quando dobramos o rácio da dívida em percentagem do PIB", no passado, e elogiou o esforço de desalavancagem feito pelos agentes económicos, famílias, empresas e administração pública. No atual contexto, o banqueiro do Santander acredita que é preciso estabilizar e ter mais certeza sobre a regulação, sem que se ande constantemente a alterar as regras. Afirma ainda que a “banca é o reflexo da economia. Olho para a frente".

Já Mark Bourke, presidente do Novo Banco, defendeu que a economia está a ter um melhor desempenho. O presidente do banco público Paulo Macedo, depois de sublinhar que em 2025 será mais difícil obter bons resultados, afirma que “se o OE for cumprido vamos entrar em três anos seguidos com superavits e esta envolvente é importante”.

E isto é uma razão de otimismo, diz, acrescentando que o país está com um nível de “emprego sustentável”, e “também é positivo os jovens terem menos IRS para pagar e melhores condições no crédito à habitação”. Quanto ao IRC também defendeu que “menos algum IRC para as empresas e taxas de juros mais baixas é bom”.

O presidente da CGD afirma que é preciso fazer investimentos em energias amigáveis, e frisa que em matéria de habitação "o financiamento subiu mas é preciso que haja mais oferta"

Paulo Macedo (CGD), Miguel Maya (BCP), João Pedro Oliveira e Costa (BPI) e Pedro Castro e Almeida (Santander) Nuno Fox
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