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Manter a ansiedade climática sob controlo

Manter a ansiedade climática sob controlo

A ansiedade climática não é nova, e várias pessoas a mantiveram em silêncio durante décadas. No entanto, a humanidade está atualmente a sentir os efeitos das mudanças climáticas de forma mais direta.

A ansiedade climática é um estado de preocupação e tristeza causado pelo futuro incerto do nosso planeta, devido ao fenómeno do aquecimento global, e pela sensação de impotência para o salvar.

Embora o clima do nosso planeta tenha mudado ao longo da história devido a alterações na órbita da Terra e na quantidade de energia solar recebida pelo nosso planeta, o aquecimento global evidenciado desde a revolução industrial está ligado, de acordo com a esmagadora maioria dos cientistas que publicaram estudos, aos gases atmosféricos produzidos pela atividade humana.

O aumento da temperatura global, um oceano mais quente, o desgelo observado na Gronelândia e na Antártida, o aumento do nível do mar, o aumento da acidificação dos oceanos e os eventos naturais extremos são consequências inequívocas do aquecimento global.

A ansiedade climática não é nova, e várias pessoas a mantiveram em silêncio durante décadas. No entanto, a humanidade está atualmente a sentir os efeitos das mudanças climáticas de forma mais direta, sendo afetada por desastres naturais, assistindo constantemente a eventos naturais extremos nas notícias ou percebendo que estamos a ficar sem tempo para salvar o nosso planeta.

Inundações, incêndios, furacões, temperaturas extremas e ecossistemas ameaçados são eventos tangíveis e devastadores que estão a aumentar a incerteza e a colocar as pessoas num estado de preocupação e alerta permanente. Por este motivo, a ansiedade climática já não é uma preocupação silenciosa, as pessoas falam sobre o assunto e tentam ter um papel ativo no combate dos efeitos prejudiciais deste problema.

Este tipo de ansiedade tem sido observado recentemente na prática clínica e é diferente de outros tipos de ansiedade, porque o clima é uma ameaça real. Por este motivo, provavelmente precisa de ser abordado de forma diferente.

Embora o tópico precise de ser mais estudado, até ao momento, os psicólogos sugerem ajudar as pessoas a gerir a culpa pelo consumo, tendo uma visão crítica da pegada ecológica e incorporando elementos da terapia cognitivo-comportamental, como treinar os clientes para gerir a exposição às notícias, para tentar viver a nossa vida o mais conscientemente possível.

Em termos gerais, o principal objetivo para a maioria dos indivíduos poderia passar por não ser dominado pelo medo e, num estado de calma, poder tomar melhores decisões.

Um otimismo realista sobre como vemos o futuro do nosso planeta, juntamente com uma mente tranquila, são elementos provavelmente necessários não apenas para manter a ansiedade e os pensamentos obsessivos sob controlo, mas também para nos ajudar a tomar decisões que protejam o nosso planeta. Como consta num recente relatório das Nações Unidas realizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, "as ações da humanidade hoje têm o potencial de remodelar fundamentalmente o planeta por milhares de anos... Cabe à humanidade determinar o que conseguiremos alcançar".

As autoras escrevem segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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