www.publico.ptpublico.pt - 23 jul. 05:00

Cartas ao director

Cartas ao director

As escolas de vinte(s)

Na procura de sucesso, ainda que apenas estatístico, coisa que até a OCDE estimula, e que zelosos intervenientes na educação fomentam no terreno, vemos agora escolas progredirem para um “sucesso” de topo de escala que, a ser verdadeiro, traduziria a quase perfeição dessas escolas, dos professores que nelas trabalham, dos alunos que as frequentam e dos seus encarregados de educação. Certos meios de comunicação encarregam-se, por seu lado, de lhes fazer o elogio, em encenações também elas perfeitas. Estes “ecossistemas educativos” correm o risco de vir a não conseguir progredir mais, por terem atingido o cume da excelência, a não ser que se arranjem escalas mais extensas, digamos…

Os vintes às catadupas parece que não levantam objecções. Quarenta anos de experiência lectiva ininterrupta, em escolas do distrito de Coimbra, de Lisboa, de Leiria, de Viana do Castelo e de Braga, e o conhecimento vívido do que se passa nos conselhos de turma de avaliação não me permitem partilhar de tal optimismo. Sobram-me dúvidas, muitas. Aonde nos levará este caminho?

José Batista d’Ascenção, Frossos (Braga)

Turismo de caça

Isso mesmo. Depois do turismo de golfe e de sol e praia (muito visto) e do turismo de festas de despedida de solteiro e de sexo (muito pouco recomendável), julgo que há lugar para um novo nicho: turismo de caça! Com licença (mais ou menos indiscriminada) para matar. Estamos a falar da caça ao javali. Aproveitando o aumento do número de turistas americanos, que, como se sabe, gostam de disparar, há claramente uma oportunidade de negócio para o interior do país. Há uns 100 ou 200 mil javalis para abater e, portanto, mesmo com bons anos turísticos, temos javalis para abater durante uns bons anos. Criam-se transfer para levar os americanos dos hotéis onde pernoitam até serem largados, por exemplo, em Penela, com regresso ao fim do dia. Para os que quiserem aventura a sério, caçada nocturna, sendo recolhidos para o hotel às 2h da manhã. Quem matar um javali não paga taxa turística. Apostem nisto! Vai ser um sucesso.

Fernando Vieira, Lisboa

O legado de Biden

“A consolidação da terrível aliança entre Moscovo, Pyongyang e Teerão sob o alto patrocínio da China, única potência com a capacidade para aspirar a uma ordem global alternativa.” Frase da autoria de Teresa de Sousa, acérrima defensora das políticas de Biden, mas incapaz de entender que este é o legado da política externa de Joe Biden que ficará na história.

Aqueles que continuam com a ilusão de uma vitória militar frente à Rússia deveriam reflectir sobre estes dois cenários – se o embargo económico à Rússia e a tentativa de a isolarem funcionaram. A recente visita do Presidente indiano Modi e as presentes manobras militares chinesas na Bielorrússia confirmam todo o seu contrário.

Em finais de 2023, dois comandantes (…) coincidiam num mesmo ponto. O general americano Mark Milley afirmava que uma vitória no terreno seria muito difícil devido ao numeroso contingente militar russo, enquanto o comandante ucraniano Valery Zaluzhny afirmava que as armas, em termos tecnológicos, de que dispunham eram neutralizadas pelo adversário. Ambos foram afastados.

Continuaremos a atirar lenha para a fogueira, responsáveis por uma escalada que a todo o momento se poderá propagar a outras potências que já se acercaram do conflito. O que não foi bem ponderado em Fevereiro de 2022 que o seja agora.

Fernando Ribeiro, S. João Da Madeira

Reformados e troika

Agora que há excedentes, e que estão a devolver as remunerações devidas a trabalhadores lesados – tais como professores, forças de segurança, funcionários públicos –, esquecem-se de milhares de reformados que, durante anos, por força das suas contribuições (40 anos e mais), foram espoliados no tempo da troika de dois subsídios de férias, dois subsídios de Natal, além da famigerada CES (esta com carácter mensal). Só houve um comentador do vosso jornal que escreveu sobre este assunto. Esta injustiça provocou uma perda de rendimentos de milhões de euros.

José Cabrita Ferreira, Algés

Comentário impagável

Há comentários que valem o seu peso em ouro, se essa conversão fosse possível. O comentário de um leitor chamado Soeiro ao artigo de Pedro Adão e Silva Joe Biden já desistiu (21.07.2024), e presumivelmente também os restantes comentários ao artigo, todos denotando alarme e preocupação perante uma possível vitória de Trump nas próximas eleições presidenciais, está com certeza nessa categoria: “Já não era sem tempo que alguém explicasse aos americanos o que é melhor para eles.”

Ronald Silley, West Vancouver (Canadá)

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