expresso.ptexpresso.pt - 11 jul. 08:00

Margarida Blasco diz que polícias não se deixam instrumentalizar pelo Chega e sublinha: “A criminalidade e a imigração não casam”

Margarida Blasco diz que polícias não se deixam instrumentalizar pelo Chega e sublinha: “A criminalidade e a imigração não casam”

Na primeira grande entrevista no fato de ministra da Administra Interna, Margarida Blasco garantiu que ainda há trabalho a fazer na “dignificação” das forças de segurança, além da melhoria do subsídio de risco. Mas assegurou que não vai ter “complacência” com violência e xenofobia nas polícias, que devem ser “um pilar da democracia”

Na primeira entrevista desde que assumiu o cargo, ao Diário de Notícias, Margarida Blasco garante que nunca pensou e que “não estava nos planos” ser governante, mas foi ela quem assumiu uma das negociações mais delicadas do novo Governo, com os sindicatos e as associações dos polícias. O acordo foi concluído com sucesso esta semana, ao fim de várias rondas negociais que resultaram no aumento de 300 euros do subsídio de risco.

Questionada sobre se este era já um assunto encerrado, uma vez que nem todos os sindicatos subscreveram a proposta do Governo, a ministra da Administra Interna e antiga Inspetora-Geral da Administração Interna refere que este é só “um dos temas“ que serão abordados relativamente às forças de segurança, relembrando que o programa do Governo "prevê um conjunto de medidas que dignifiquem o desempenho” das polícias.

Admitindo que o processo negocial foi “moroso” e que se registaram “impasses”, a ministra diz que sempre “respeitou a estratégia” dos sindicatos e, mais importante, elogia-os por, na negociação, não se terem nunca deixado “instrumentalizar” pelo Chega, que convidou as forças de segurança a estarem presentes nas galerias do Parlamento. “As principais organizações sindicais vieram a terreiro dizer que não se sentiam vinculadas”, refere Margarida Blasco ao DN.

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A terreiro veio igualmente, na passada semana, o primeiro-ministro Luís Montenegro dizer que não havia “nem mais um cêntimo” para os polícias além da proposta do Governo de um aumento de 300 euros. Margarida Blasco diz ao DN que a declaração de Montenegro não a desautorizou, “antes pelo contrário”. “Senti-me com aquilo que era necessário. Já lhes tinha dito [sindicatos] que não é possível o Governo apresentar um pacote financeiro mais elevado, porque há uma outra orientação no Governo que tem a ver com as contas. O primeiro-ministro está sempre atento, governa com os seus ministros, e veio dar o respaldo para essa decisão”, explicou a ministra.

Dois outros temas se destacam nesta grande entrevista, desde logo a colagem da imigração à criminalidade, um discurso recorrente no Chega mas que colheu igualmente no antigo primeiro-ministro Passos Coelho, durante um comício da Aliança Democrática nas últimas Legislativas. Margarida Blasco não tem dúvidas: “A criminalidade e imigração não casam. Se perguntarem à senhora ministra da Justiça, no RASI [Relatório Anual de Segurança Interna] isso está demonstrado, só 12% da população prisional é estrangeira. O resto são todos portugueses. O que quer dizer que pode haver um caso aqui e ali, não podemos excluir. Mas fenómeno imigração com insegurança não casa”, assegurou.

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Noutro assunto também frequentemente na ordem do dia, que é o da ação policial que envolve crimes de ódio e violação dos direitos humanos, Margarida Blasco diz que tem havido “muita formação dada nessa área” e garante que agora como ministra – e já antes no IGAI – é “perfeitamente intransigente nesta situação”.

“Não há abertura nenhuma nem complacência com agressões, crimes de ódio e xenofobia. Os polícias são cidadãos, mas não são uns cidadãos quaisquer. São cidadãos que defendem a ordem pública, defendem o cidadão. São um dos pilares da democracia e do Estado de Direito e não é admissível que haja movimentos radicais dentro das forças de segurança”, atirou.

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