expresso.pt - 11 jul. 12:35
Rússia apenas entre dois cenários: “negociações realistas” ou “nova escalada”
Rússia apenas entre dois cenários: “negociações realistas” ou “nova escalada”
Moscovo não deverá conseguir obter ganhos significativos no terreno nos próximos meses, mas o maior desafio que a Ucrânia enfrenta não é no campo de batalha. É na arena internacional, devido à possibilidade de Donald Trump vencer a corrida à Presidência norte-americana, em novembro próximo. Os EUA e os países europeus estão a tentar assumir compromissos de longo prazo com a Ucrânia, mas uma ofensiva ucraniana seria particularmente difícil contra posições russas entrincheiradas. Quanto à Rússia, os analistas ouvidos pelo Expresso fornecem pistas sobre o que o país pondera fazer
Autoridades norte-americanas dizem estar cada vez mais convencidas da impossibilidade de a Rússia conseguir obter ganhos territoriais significativos na Ucrânia nos próximos meses. E isso deve-se, em parte, à falta de treino militar apropriado das forças russas, que terão, assim, mais dificuldade em romper as defesas ucranianas, agora reforçadas com munições ocidentais, segundo o jornal “The New York Times”. A hipótese é corroborada por vários analistas de estratégia, defesa e relações internacionais, e, se o lado ucraniano acredita que a “salva de prata” para a guerra será maior apoio ocidental (de várias formas), do lado russo, levanta-se o temor de que o prolongamento do conflito venha a provocar maiores e mais perigosas escaladas (sobretudo após as eleições norte-americanas). Mas já lá vamos.
Durante a primavera e o início do verão, as tropas russas tentaram capturar território nos arredores da cidade de Kharkiv, e renovar o ataque no leste da Ucrânia, para capitalizar a captura de Avdiivka. Mas, em vez disso, as tropas de Moscovo sofreram milhares de baixas durante a campanha, ao mesmo tempo que conquistaram poucos territórios novos. Embora a Rússia continue a lançar ataques em vários locais na Ucrânia, é pouco provável que obtenha grandes ganhos, começam também a antever os analistas. Há duas razões com as quais o justificam: a Ucrânia está agora a receber muito equipamento dos Estados Unidos que irá reforçar as suas forças, e os ucranianos esforçaram-se por dificultar quaisquer ganhos russos.
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