rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 11 jul. 07:30

"Rebentaram arrecadações à patada". Criminalidade em Ramalde aumenta e preocupa população

"Rebentaram arrecadações à patada". Criminalidade em Ramalde aumenta e preocupa população

Moradores e comerciantes relatam assaltos e atos de vandalismo que ocorrem a qualquer hora do dia. Criminalidade aumentou quase 50%.

"A onda de assaltos tem sido maior", na freguesia de Ramalde, no Porto. "Não só às pessoas, como às casas e aos carros."

Sandra Coelho já foi alvo de roubo, mais do que uma vez.

À Renascença, a moradora conta que os assaltantes "roubam tudo o que podem, desde equipamentos, varinhas, vinho..." O que for.

Num dos crimes de que foi alvo, Sandra estava no jardim da sua moradia com a família, durante o dia. "Entraram pelo anexo e levaram uma Playstation" sem que ninguém se apercebesse.

Sandra, juntamente com outros moradores, está a redigir uma carta que será entregue ao Ministério da Administração Interna, para que alguma atitude possa ser tomada no sentido de travar a onda de criminalidade que tem aumento nos últimos meses.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) facultou à Renascença dados sobre a criminalidade na freguesia de Ramalde, no Porto. Os números são expressivos, Mostram que, nos primeiros cinco meses do ano, houve um aumento da criminalidade de 44% em comparação com o período homólogo de 2023. Entre os crimes mais recorrentes, estão os assaltos a propriedades e a estabelecimentos.

Sandra Coelho - Onda de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira Sandra Coelho - Onda de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira

Num prédio a poucos metros da casa de Sandra, vive Irene Gonçalves. Há cerca de quatro décadas que reside no mesmo edifício de 11 andares. À Renascença dá voz às preocupações de centenas de vizinhos.

"Fomos assaltados nas arrecadações, em maio, rebentaram com um número enorme de arrecadações à patada" e, "passado um mês voltaram novamente e assaltaram mais uma". No momento em que se apercebeu do ato de vandalismo, contactou "a polícia, que apareceu no local dois dias depois". "Desde que o bairro do Aleixo foi abaixo..."

As escadas dos prédios têm servido de casa. "No último piso que dá acesso à sala de convívio do prédio e que não tem grande movimento, encontramos um colchão, alguém dormia ali e não sabemos como conseguem entrar aqui", conta Irene.

Os repetidos roubos acontecem, a qualquer hora do dia e em qualquer lugar. "Até o sino do cemitério de Ramalde roubaram, é inadmissivel, ninguém soube mais do sino".

A moradora só encontra uma justificação para a onda de criminalidade e, quando questionada sobre o clima de insegurança que se vive em Ramalde, refere que "desde a altura que o bairro do Aleixo foi abaixo há, constantemente, assaltos".

Irene Gonçalves - Ondas de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira Irene Gonçalves - Ondas de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira

Posição partilhada por Rosário Guerra, proprietária do café Corcel. Ao microfone da Renascença, conta que o estabelecimento já foi "assaltado mais do que uma vez" e a maior parte dos crimes são executados por toxicodependentes. "Isto tem a ver, em parte, com o facto de terem deitado abaixo o bairro do Aleixo, desde aí, os casos de criminalidade têm aumentado", alerta.

"Entram e vão roubar os materiais de casa de banho", seja noite ou seja dia, os assaltos, os crimes de desobediência ou até de vandalismo, têm sido frequentes. A situação é de tal maneira grave, que os episódios já acontecem de porta aberta e com casa cheia. Café Corcel - Onda de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira Café Corcel - Onda de assaltos em Ramalde. Foto: Afonso Sá Pereira

"Entraram pelos vestiários dos funcionários para roubar, até já roubaram Coca-cola a uma cliente que estava na esplanada em plena luz do dia", conta.

Quando comprou o café Corcel, há quatros anos, Rosário Guerra, confessa que "a insegurança não era tão grande" e não esperava ser assaltada "tantas vezes".

À porta do café "todas as noites são assaltados dois ou três carros", revela. A empresária chama a atenção para a falta de investimento nas forças de segurança, que até à data não têm tido capacidade de resposta.

Sem soluções por parte das entidades públicas, os moradores e comerciantes de Ramalde vão recorrer a segurança privada, para tentarem travar a criminalidade.

A Renascença aguarda ainda uma resposta por parte da Câmara Municial do Porto.

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