www.publico.ptpublico@publico.pt - 14 jun. 02:30

Cartas ao director

Cartas ao director

Roberto Martinez e Roger Schmidt

É muito interessante e muito diversa a postura destes dois treinadores perante a sociedade portuguesa e os amantes do futebol em Portugal.

Enquanto Roberto Martinez aprendeu o hino de Portugal, fala português e valoriza esse facto como uma ligação ao futebol Português, o alemão Roger Schmidt não fala português nem lhe é conhecido grandes interesse em aprender a nossa língua.

Será que essa postura tem que ver com o facto de ser alemão e, como tal, pensar que continua a ser superior aos outros? Roger Schmidt é dos raros exemplos de treinadores estrangeiros que estando em Portugal há mais de dois anos, ainda não dão conferências de imprensa em Português. Porquê?

Só ele poderá responder a essa pergunta, mas esse facto é absolutamente lamentável.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora


A Câmara de Sintra e a destruição do património

A “Linha de Sintra” é dos exemplos mais flagrantes do que tem sido a destruição do ambiente e sua substituição por construções de péssima qualidade e esteticamente indescritíveis. Este “bulldozer” de mau gosto estende-se avassaladoramente para Oeste, atingindo a zona de Colares, um dos últimos redutos de tranquilidade e bom gosto, com a construção de alguns prédios na praia das Maçãs e, agora, de um supermercado na Av. do Atlântico. Além de desnecessário, pois existem na proximidade vários minimercados e mercearias, um pequeno supermercado, drogarias, praça e feira aos fins de semana, vai causar um profundo impacto no trânsito e no sossego daquela zona e, provavelmente, a falência de muitos dos comerciantes e produtores locais.

Mas isto não parece preocupar o dr. Basílio Horta, e a câmara socialista, que se escudam na “legitimidade” do empreendimento sem qualquer respeito pelos habitantes, pela sua vida, o seu trabalho, os seus desejos e direitos. Que veremos a seguir? Um McDonald’s à entrada do Palácio da Pena?

Isabel Ribeiro, Lisboa

Notícias da “Linha” da Beira Alta

As notícias sobre a chamada “Linha” da Beira Alta — aquela que foi, durante muitas décadas, a nossa grande e nobre via de acesso por terra à Europa — começam a ser tão vergonhosas como as que, há meio século, contam a odisseia do novo Aeroporto de Lisboa. A almejada substituição da ferrovia pela rodovia, sonho inspirador da política de destruição da primeira que vem já dos anos 80 do século passado, e que também esteve na base da construção de uma mão-cheia de auto-estradas inúteis, ao mesmo tempo que se fechavam ou degradavam outras tantas linhas com utilidade manifesta — essa estratégia de substituição vai singrando, de governo para governo, à margem de todos os padrões europeus e, sobretudo, da consideração do interesse nacional.

O nobre comboio da Beira Alta seguia um traçado difícil, e também não deve ser fácil a sua modernização. Mas quando se pensa no país em que mais se viaja de comboio, a Suíça dos Alpes e dos grandes lagos, só podem fazer sorrir os motivos invocados para as dificuldades da obra da Beira Alta — e para a ultrajante necessidade que hoje nos é imposta de fazer o percurso de autocarro. Compra-se o bilhete à CP e viaja-se à base de gasóleo por estradas tão sinuosas como a velha ferrovia. É Portugal.

António Monteiro Fernandes

Pessoas e animais

Julgo que foi na TVI que passou uma reportagem no pretérito dia 10 ou 11 (não sei bem) sobre a relação das pessoas com os seus animais domésticos. Foi absolutamente ridículo e risível o que se viu e ouviu. Desde vestir os animais com roupa adequada, colocar-lhe óculos, cantar os parabéns com os respectivos bolos de aniversário, hotéis para cães até considerá-los filhos de quatro patas, tudo se viu. Por um lado, é verdade que muitos jovens não querem ter filhos — em parte compreende-se os seus argumentos, que vão desde a instabilidade de vida, à carestia insuportável da mesma até aos baixos salários — e preferem ter o afecto dos animais. E convém referir que os animais obedecem enquanto os filhos podem ser travessos, recalcitram e dão trabalho. Também se compreenderá que a solidão das pessoas — muitas não terão família — “obrigue” à procura de animais para minimizarem essa solidão ou sirvam de amparo a pessoas cegas ou com dificuldade de locomoção. Mas o que se viu e ouviu na reportagem é um exagero, um verdadeiro despautério. Como disse Luís Pedro Nunes, “o mundo está cínico e não acredita no amor”. Direi, acredita no amor zoófilo.

António Cândido Miguéis, Vila Real

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