rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 14 jun. 12:40

É hora da guerra pelo trono. "House of the Dragon" estreia segunda temporada esta semana

É hora da guerra pelo trono. "House of the Dragon" estreia segunda temporada esta semana

A segunda temporada terá oito episódios que estreiam na madrugada de domingo para segunda, às 02h00, na plataforma Max.

Os lados foram traçados, os exércitos estão alinhados e os dragões estão prontos a voar. A segunda temporada de "House of the Dragon" vai marcar o início do muito antecipado conflito entre as duas fações da família Targaryen que competem pelo Trono de Ferro.

Depois da primeira temporada, bem recebida por fãs e críticos, ter servido de introdução à narrativa que se passa cerca de 200 anos antes de "Guerra dos Tronos", é tempo do conflito entre a bandeira Verde e a bandeira Preta, que representam dois lados da família Targaryen, numa guerra civil e familiar, arrancar em definitivo.

Ao todo vão ser oito episódios que pormetem muitos jogos de bastidores, traições e espadas a cruzarem-se numa guerra mais emotiva do que política, num cenário de fantasia mais cru do que mágico (apesar dos dragões). E já foi confirmada uma terceira temporada que deverá ainda demorar algum tempo a estrear.

Para os mais distraídos, explicamos por que é que o mundo de "As Crónicas de Gelo e Fogo" está, mais uma vez, a fazer sensação na HBO, apesar de "Guerra dos Tronos" ter acabado.

A Dança dos Dragões

George R.R. Martin escreveu, até agora, cinco volumes principais da narrativa "As Crónicas de Gelo e Fogo". O primeiro, "A Guerra dos Tronos", acabaria por dar nome à adaptação da HBO que imortalizou a saga na consciência coletiva. Ainda faltarão mais dois volumes para completar a história, mas não está fácil - o sexto está a ser escrito desde 2011 e ainda não tem data de lançamento oficial.

Alguns podem pensar que o autor norte-americano anda apenas a procrastinar, porém a realidade é que, ao longo da última década, tem produzido várias obras complementares dentro do mesmo universo literário. São prequelas, livros de referência, entre outros trabalhos que têm como objetivo detalhar e expandir a visão de George R.R. Martin.

É uma prática comum, especialmente em obras de fantasia, que costumam ter séculos de ficção, sociedades míticas e regras mágicas. Por exemplo, J.R.R. Tolkien desenvolveu diversos manuscritos para enriquecer o mundo de "O Senhor dos Anéis", como é o caso de "O Silmarillion".

Em 2018, George R.R. Martin lançou o primeiro volume de "Fogo e Sangue", com o objetivo de retratar toda a história da família Targaryen - a dinastia que usava dragões como animais de estimação e governou Westeros até, precisamente, o início da narrativa de "Guerra dos Tronos". A obra é escrita de forma a simular uma enciclopédia elaborada por cronistas deste universo a tentar retratar e compreender eventos históricos, através de relatos e documentos. Uma espécie de Fernão Lopes de Westeros.

Dentro dos vários contos, há uma secção do livro que cobre o evento denominado de "A Dança dos Dragões". Uma altura de guerra civil, em que a filha mais velha de um rei que acaba de morrer, Rhaenyra Targaryen, tenta lutar pelo trono, que acaba por ser atribuído ao meio-irmão, mais novo, mas homem, Aegon II Targaryen.

As duas fações dividem a família e o resto do reino, provocando um dos conflitos armados mais destrutivo de Westeros. A guerra é um episódio muito importante dentro do passado de "As Crónicas de Gelo e Fogo", pois assinala o princípio da decadência da família Targaryen e leva à extinção dos dragões.

Quando a última temporada de "Guerra dos Tronos" concluiu, a HBO tentou desenvolver, imediatamente, vários projetos para continuar a fazer render uma das séries mais marcantes deste século. Por entre todas as opções exploradas - e não foram poucas - a única que acabou por ser aceite e arrancar em produção foi "House of the Dragon" com o objetivo de retratar "A Dança dos Dragões".

Aegon II Targaryen (Tom Glynn-Carney) o rei instalado no trono e o irmão Aemond, em "House of the Dragon" Aegon II Targaryen (Tom Glynn-Carney) o rei instalado no trono e o irmão Aemond, em "House of the Dragon" Direitos e deveres

A primeira temporada da nova série foi gravada em 2021 e lançada no ano seguinte. Curiosamente, ambas as temporadas foram produzidas em alturas de paragem - os novos episódios foram filmados durante a greve dos atores e argumentistas norte-americanos, pois os artistas, principalmente britânicos, não pertenciam aos sindicatos em luta.

A adaptação mantém o foco em Rhaenyra Targaryen (Emma D'Arcy), mas reposiciona a rainha Alicent Hightower (Olivia Cooke) - mãe de Aegon II (Tom Glynn-Carney) - como a grande figura rival na gestão do conflito. Alicent começa como fiel confidente da princesa Rhaenyra, porém, depois de um arranjo feito pelo pai, acaba por ser a segunda mulher do rei.

Os primeiros dez episódios retratam, assim, como a amizade e carinho profundo de Rhaenyra e Alicent colapsa, numa sucessão de pequenos mal-entendidos e traições, desde a juventude até à idade adulta. À medida que as duas ficam distantes, a dúvida sobre a sucessão do trono agrava-se.

Rhaenyra é a filha mais velha, contudo nunca uma mulher ocupou o Trono de Ferro. Também não ajuda o facto de ter filhos bastardos que nasceram com cabelo moreno, enquanto os Targaryen são uma família caracteristicamente loira, descredibilizando a sua linhagem aos olhos da elite.

Do outro lado está o filho mais velho de Alicent Hightower, que, apesar de ser mais novo, é homem nascido de um casamento real. Não obstante, a sua personalidade imatura e falta de interesse pela governação tornam-no num monarca sem habilitações para assumir a coroa.

Enquanto Rhaenyra luta pelos seus direitos de suceder no trono e ser vista e respeitada como uma líder tão legítima como qualquer herdeiro masculino, Alicent é afogada pelos deveres que lhe são incutidos desde infância: primeiro de ser uma filha obediente, depois uma noiva preocupada e, por fim, uma mãe protetora dos seus filhos. No fundo, esta guerra de fações acaba por ser a história de duas mulheres divididas entre quem aceita os papéis que a sociedade medieval definiu para si e quem procura fazê-los arder para viver como sempre ambicionou.

A segunda temporada de "House of the Dragon" está a ser bem recebida pela crítica, que teve acesso apenas aos primeiros episódios, e está a ser alvo de uma campanha publicitária forte por parte da HBO. A poucos dias da estreia, já foi anunciado que uma terceira temporada vem mesmo a caminho, reforçando a confiança e o prestígio da série.

O elenco e os cenários vão expandir-se, refletindo mais os saltos geográficos de "Guerra dos Tronos", indo do norte ao sul de Westeros. Há um grande foco em movimentos de bastidores e a drama interpessoal, como de costume, mas já há quem realce que o quarto episódio tem uma batalha épica, ao nível dos grandes momentos cinematográficos da série original.

Já não será preciso esperar muito mais pelas primeiras batalhas deste duelo entre duas fações, duas amigas, duas linhagens da mesma família, pelo trono e por tudo o que importa para lá do mesmo. "House of the Dragon" estreia novos episódios na madrugada de domingo para segunda-feira, a partir das 02h00, na plataforma Max.

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