rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 11 jun. 09:50

Guia Euro2024. Conheça as equipas do Grupo C

Guia Euro2024. Conheça as equipas do Grupo C

A Renascença conta-lhe quais são as ideias e as figuras de Inglaterra, Sérvia, Dinamarca e Eslovénia. O Europeu vai jogar-se entre 14 de junho e 14 de julho.
Foto: Georgi Licovski/EPA Foto: Georgi Licovski/EPA Inglaterra ⚽

Dois mil e vinte e quatro será a 20.ª hipótese de redenção inglesa desde 1966 (contando apenas com as fases finais atingidas). Em busca da segunda grande conquista internacional, a equipa de Gareth Southgate entra para este Campeonato da Europa com o estatuto de clara favorita a arrebatar o Grupo C e como uma das principais candidatas a vencer o troféu.

A fase de qualificação foi tranquila, apesar de nem todas as exibições terem sido particularmente convincentes. Tudo isto é bastante meritório se tivermos em conta que Itália e Ucrânia foram adversárias da seleção dos ‘três leões’.

A lista de Southgate para a Alemanha entusiasma, até porque valoriza mais do que noutras alturas as performances de vários jogadores durante a temporada, sobretudo se pensarmos em vários nomes da primeira lista que não jogam em equipas de topo.

Só o Crystal Palace colocou na equipa nacional inglesa o central Guéhi, o guardião Henderson, o criterioso médio Adam Wharton e o talento puro e desconcertante de Eberechi Eze.

Mas há mais exemplos, desde os já regulares Konsa e Watkins do Aston Villa, ao central do Brighton Lewis Dunk, passando pelos extremos Jarrod Bowen (West Ham) e Anthony Gordon (época brutal no Newcastle) e pelo inevitável Ivan Toney, goleador a recuperar ‘da queda em desgraça’ do envolvimento em apostas.

Esta é também a seleção que apresenta algumas das principais figuras em números e no poder de decisão nas respetivas equipas na época europeia: Phil Foden (melhor jogador da Premier), Harry Kane, Jude Bellingham, Cole Palmer, Bukayo Saka ou Declan Rice.

Talento não falta, qualidade técnica tão pouco, o que será do agrado de Gareth Southgate, na procura por um futebol harmonioso, dominador e incisivo no ataque ao último terço.

O 11 base não será complicado de definir, talvez com exceção aos constrangimentos na linha defensiva: Pickford na baliza, Walker a lateral-direito (porventura com o adaptado Konsa como alternativa), Stones e Guéhi como prováveis titulares no centro e Trippier como destro a partir da esquerda.

O duo de médios deverá ser completado por Alexander-Arnold (aqui a assumir em definitivo o papel de construtor interior, mas com flexibilidade posicional) e o completo Declan Rice (distribui, equilibra e chega à frente para rematar).

A partir da direita, o rasgo e visão para a baliza de Bukayo Saka, com o híbrido entre médio-ofensivo e segundo avançado chamado Bellingham a surgir nas costas do goleador-construtor Kane, num espaço onde Phil Foden adora entrar sem pedir licença para criar jogadas, meter passes de rutura e finalizar.

Tudo isto e muito mais, se pensarmos em alternativas como Palmer, Watkins ou Gordon. O ataque será porventura o mais robusto e com impacto decisivo de todo o torneio, mas ficam as dúvidas sobre a composição da defesa, até porque parece faltar um nome consagrado para a esquerda (perante os constantes problemas físicos de Luke Shaw).

Harry Kane (foto: Tolga Akmen/EPA) Harry Kane (foto: Tolga Akmen/EPA) A figura 🧞‍♂️

Harry Kane. Os candidatos a figura inglesa eram mais do que muitos, mas Kane continua a ser o porta-estandarte, líder de balneário e possivelmente um dos melhores jogadores do mundo sem títulos (até ver...) da história do futebol. A época no caótico Bayern confirmou tudo aquilo que já sabíamos sobre ele: é letal na cara do golo, tem uma diversidade de recursos brutal para finalizar e é exemplar a baixar para criar vantagens em apoio e a solicitar colegas no passe.

Foto: Olivier Matthys/EPA Foto: Olivier Matthys/EPA Sérvia ⚽

Esta seleção teve uma fase de qualificação ‘assim-assim’ – terminou atrás da Hungria – e é uma equipa que, por força da irregularidade competitiva, gera mais dúvidas do que certezas.

Ainda assim, olhar para a lista de convocados do mítico “Piksi” Stojković deixa água na boca, sobretudo se tivermos em conta os elementos que integram o meio-campo e o ataque.

Essa qualidade individual pode potenciar um jogo de assalto contundente à área contrária, com recurso a cruzamentos, combinações entre os médios criativos/avançados interiores e a clássica ameaça da bola parada ofensiva – são vários os golos apontados na sequência de primeiras e segundas bolas.

A base dos três centrais ganhou consistência nos últimos anos, mas na Sérvia tem-se questionado uma possível utilização de defesa a 4, com os alas a acompanharem bastante por fora na marcação. No teste frente à Áustria, o treinador sérvio utilizou quatro centrais de raiz na equipa inicial, até porque não abundam os laterais de origem na lista – o único é o canhoto Filip Mladenović.

Para a baliza, há três opções de muito bom nível entre Vanja Milenković-Savić, Rajković e Petrović. No centro da defesa, encontramos nomes de valia indiscutível como Nikola Milenković, Strahinja Pavlović, Nemanja Gudelj ou Milos Veljković.

Para a zona intermediária, não faltam igualmente recursos, com Sergej Milinković-Savić como unidade indiscutível e com a possibilidade de jovens como Ilić ou Samardžić (médios que se sabem soltar com bola) poderem ter um patamar de afirmação alto.

Nas faixas, Živković deverá fazer o corredor direito, com o lado esquerdo a ficar para Kostić. Mesmo com as dúvidas que resistem quanto à estrutura tática a ser utilizada, também parece inequívoco que Tadić será opção inicial (época de sonho no Fenerbahçe, como criador e finalizador), com o completo Vlahović a discutir o lugar com um Mitrović que foi referência goleadora indiscutível nos últimos anos da seleção.

Vlahovic (foto: Ronald Wittek/EPA) Vlahovic (foto: Ronald Wittek/EPA) A figura 🧞‍♂️

Dusan Vlahović. A época na Juventus foi bastante boa e coroada com exibição de luxo e golo na conquista da Taça de Itália.

Prevê-se uma batalha acesa com Mitrović pela titularidade, mas o atacante que joga na Serie A pode fazer valer o nível competitivo atual, aliado às capacidades para servir de apoio, para usar o corpo para ganhar duelos diretos aos defesas e fugir à marcação, de forma a exibir a tremenda categoria do pé esquerdo (atenção ainda à bola parada) ou o sólido jogo aéreo.

Foto: Mads Claus Rasmussen/EPA Foto: Mads Claus Rasmussen/EPA Dinamarca ⚽

A pergunta fica no ar: que seleção da Dinamarca é esta, que desde a notável campanha de recuperação em 2021 (semifinalista, apenas derrotada pela Inglaterra no prolongamento, em pleno Wembley), tem somado exibições intermitentes, com o ponto baixo de uma saída do último Mundial em último lugar do grupo e apenas com um ponto somado?

A campanha de apuramento para este Europeu também ficou marcada pela previsibilidade e falta de arrojo em vários contextos – sobretudo em jogos perante adversários claramente mais frágeis –, além de erros básicos e abordagens desajustadas em termos defensivos que levaram a derrotas embaraçosas fora de casa frente a Cazaquistão e Irlanda do Norte.

Kasper Hjulmand tem mostrado uma certa inflexibilidade na tão desejada renovação de nomes nas listas de convocados, mostrando-se fiel, salvo pontuais exceções, às escolhas dos últimos anos.

Não sendo uma novidade em torneios, a turma escandinava pode apresentar-se a jogo com três centrais, olhando até para o número de jogadores convocados para a posição. Joachim Andersen será o nome mais certo (tanto numa defesa a 4 como a 5), ficando a questão no ar sobre quais serão os acompanhantes (Christensen, Kjær, Vestergaard ou até o adaptado Kristensen).

Para as laterais, Bah e Maehle partem na frente, mas atenção ao crescimento do canhoto Victor Kristiansen em Bolonha.

No meio-campo, parece morar o eterno Eriksen numa linha mais adiantada, eventualmente com dois médios na cobertura – e tudo o que não for a presença Morten Hjulmand nesse duo roçará o escandaloso.

Para a zona mais adiantada do terreno, ganha créditos o duo Højlund-Jonas Wind, ainda que o selecionador mantenha uma confiança inabalável nos mais veteranos Kasper Dolberg e Yussuf Poulsen.

Rasmus Højlund (foto: Liselotte Sabroe/EPA) Rasmus Højlund (foto: Liselotte Sabroe/EPA) A figura 🧞‍♂️

Rasmus Højlund. Não é ainda um goleador-nato, mas tem potencial para vir a ser um dos avançados mais completos do futebol europeu.

Evoluiu no Man. United na vertente no jogo associativo (e ainda há margem para refinar mais), mostra capacidade de rutura na área e uma facilidade em utilizar o corpo para ganhar duelos e procurar a baliza. Pujante, tem tudo para se destacar na Alemanha.

Foto: Antonio Bat/EPA Foto: Antonio Bat/EPA Eslovénia ⚽

É uma seleção que regressa ao grande palco da Europa. Vinte e quatro anos depois da primeira e única campanha num Euro, os eslovenos tentam surpreender adversários com mais bagagem de grandes torneios.

Tudo são confrontos repetidos neste grupo: Sérvia lembra o mítico 3-3 a abrir o Euro 2000 face à antiga Jugoslávia (jogo tremendamente simbólico face ao passado comum), Inglaterra evoca um confronto do Mundial na África do Sul em 2010, decidido com um golo solitário de Defoe e a Dinamarca foi adversária recente no apuramento (derrota e empate para a formação eslovena).

Matjaz Kek permanece como o selecionador e não há muita coisa nova a esperar na abordagem da Eslovénia à prova: 4-4-2 compacto, ordenado e sem muita intenção de prolongar em demasia o tempo dos ataque, isto também tendo em conta os planos de jogo apresentados ante as equipas mais fortes.

O teste de março frente a Portugal (vitória por 2-0) evidenciou alguns dos traços mais convincentes desta equipa, evidenciando qualidade técnica para sair de forma agressiva e vertical para o ataque, superando a pressão e chegando com agressividade pelo meio e com bons movimentos de desmarcação perto da área (aí evidencia-se Šeško, com argumentos físicos e passada para fugir aos defesas e mostrar a técnica de disparo, além de se mostrar em apoio).

Os médios serão à partida Gnežda Čerin e Elsnik, jogadores criteriosos na condução e distribuição e que contam com alternativas importantes para o equilíbrio defensivo como Gorenc-Stankovič e Kurtić.

Atrás, mora a "parede" Oblak, grande craque esloveno. O quarteto defensivo deverá contar com o multifuncional Karničnik e o experiente Janža nas laterais, com o possante Drkušić e o interessante Zaletel a lutarem por um lugar ao lado do indiscutível Jaka Bijol.

Nas alas, Stojanović, lateral de raiz que se solta com qualidade no flanco para cruzar, deve jogar na direita e do lado esquerdo pode aparecer um perfil mais de atacante como Jan Mlakar ou Verbič.

Na companhia ao gigante Šeško, teremos o velho conhecido do futebol português Andraž Sporar, o robusto e incisivo Žan Vipotnik ou a lenda Josip Iličić, que para nossa felicidade recuperou de uma depressão, voltou ao futebol no Maribor e tem tudo para exercer um papel ativo como segundo avançado criador para Kek, nem que seja partindo do banco. De resto, foi nessa condição que entrou para decidir o particular com a Arménia, com um belíssimo golo.

Oblak (foto: Javad Parsa/EPA) Oblak (foto: Javad Parsa/EPA) A figura 🧞‍♂️

Jan Oblak. Aos 31 anos, continua a ser o jogador mais determinante da turma eslovena. Brutal entre os postes, com reflexos apurados que lhe permitem ir buscar as bolas mais difíceis, tem uma boa capacidade de liderança do setor. No Atlético, até acabou por consentir mais golos do que o habitual (não sendo o responsável principal), mas numa equipa de maior contenção, espera-se que vá ser um baluarte da competitividade e possível surpresa da Eslovénia.

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