expresso.pt - 11 jun. 13:50
Ucrânia: há 90 confirmações para a cimeira da paz da Suíça, mas ausência de Biden será notada. O que esperar?
Ucrânia: há 90 confirmações para a cimeira da paz da Suíça, mas ausência de Biden será notada. O que esperar?
Cerca de 90 países e organizações internacionais já confirmaram a sua presença na cimeira para a paz na Ucrânia, que vai acontecer na Suíça este fim de semana, e metade desses convidados confirmados são europeus. A Rússia não foi convidada - e disse que não aceitaria um convite, mesmo que um lhe tivesse chegado - e a China também não vai enviar ninguém, surpresa seria se enviasse. Num momento em que o mundo da geopolítica gira rápido demais para que seja impossível entender onde vai parar, muitos países podem optar por não estar presentes na “montra de apoios” que Zelensky quer reunir. Qual será a bitola do sucesso?
A celebremente neutral Suíça está a dar um passo de gigante na direção do Ocidente com a organização da cimeira da paz promovida pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, líder de uma das partes beligerantes no maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. “Só esse facto de a Suíça estar a organizar esta cimeira já é um aspeto positivo”, começa logo por dizer ao Expresso Raquel Vaz-Pinto, investigadora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e professora de Estudos Asiáticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma universidade, que, de resto, se confessa relativamente otimista perante as perspetivas de sucesso da iniciativa.
O próprio momento em que a conferência se realiza é só por si um tema. “De há umas semanas a esta parte temos visto uma assertividade diferente na Europa, que se tem consubstanciado, por um lado, nesta ideia de que a Ucrânia pode usar armas contra alvos militares russos que estejam posicionados dentro da Rússia, e também com o envio de instrutores franceses para a Ucrânia, no fundo, como isco para irem instrutores de vários países. Depois há essa questão da zona interdita a voos que está a começar a ganhar forma e que também me parece um avanço significativo do ponto de vista discursivo”, contextualiza ao Expresso a investigadora do mesmo instituto, Diana Soller.
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