www.rtp.ptrtp.pt - 11 jun. 19:10

Eleições em França. Líder da direita apela a uma "aliança" sem precedentes com a extrema-direita

Eleições em França. Líder da direita apela a uma "aliança" sem precedentes com a extrema-direita

O líder do partido de direita Les Républicains (RL, na sigla em francês), Éric Ciotti, apelou esta terça-feira a uma "aliança" sem precedentes com o partido de extrema-direita Rassemblement National (RN), de Marine Le Pen, para as eleições legislativas antecipadas em França de 30 de junho e 7 de julho, provocando um protesto no seio do próprio partido. Marine Le Pen saudou imediatamente a "escolha corajosa" de Ciotti, ao contrário de várias figuras do seu partido que o acusam de traição e apelam à sua demissão.

🔴 Le président LR souhaite un alliance avec le RN
🗣️ "Nous avons besoin d'une alliance en restant nous-même. Une alliance avec le Rassemblement national, une alliance à droite avec tous ceux qui se retrouvent dans des idées de droite" : @ECiotti pic.twitter.com/dLZwtLxoBG

— TF1Info (@TF1Info) June 11, 2024

O presidente do Les Républicains  - o partido de Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy - começou por defender que "é necessário servir um país que está em perigo” e criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, por ter estragado o país e o ter conduzido ao estado em que hoje se encontra: "com mais violência, mais insegurança" e perante o “perigo melenchonista".  Fazendo referência a Jean Luc-Mélenchon, o líder da esquerda radical francesa da França Insubmissa, um dos partidos que constituem a recente aliança de esquerda, formada na segunda-feira para defrontar a extrema-direita nas próximas eleições.  Éric Ciotti anunciou o seu desejo de criar uma aliança sem precedentes com a extrema-direita em França, para "ter um grupo poderoso na Assembleia Nacional".e "dar uma alternativa ao país".
"Escolha corajosa"
A líder do Rassemblement National reagiu imediatamente ao anúncio, elogiando a "escolha corajosa" e o "sentido de responsabilidade" de Ciotti, que defendeu uma posição contrária à do seu partido da direita tradicional, herdeiro do movimento gaulista, que sempre recusou trabalhar com a extrema-direita em França.
“Quarenta anos de um pseudo cordão sanitário, que levou à perda de muitas eleições, estão em vias de desaparecer”, disse à agência France Presse, Marine Le Pen, que tem vindo a seguir uma estratégia de desdemonização e normalização do seu partido na última década, nomeadamente através do seu afastamento da presidência do partido e aposta no jovem líder Jordan Bardella para o cargo.
No seio do seu partido vários membros manifestaram-se imediatamente contra esta aliança e acusaram o presidente Ciotti de seguir uma "linha pessoal" e apelaram à sua demissão. 

À la suite des déclarations d’@ECiotti j’estime qu’il ne peut plus présider notre mouvement et doit se démettre de son mandat de président des @lesRepublicains

— Gérard Larcher (@gerard_larcher) June 11, 2024

É o caso do presidente do Senado francês do LR, Gérard Larcher, um dos pesos pesados do partido que sempre se opôs à aproximação à extrema-direita e que afirmou que "nunca apoiaria um acordo com o Rassemblement National". E que, na sequência das declarações de Éric Ciotti, defendeu que este "não pode continuar a presidir o partido e que se devia demitir," através de uma publicação na rede social X.
c/agências
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