visao.ptLUIS DELGADO - 10 jun. 17:23

Visão | Nem glória nem flagelação

Visão | Nem glória nem flagelação

O Orçamento do Estado de 2025 poderá ser o momento: ou passa o do Executivo, mais coisa menos coisa, ou o do PS e outros. Neste caso, a coexistência não é garantida.

Não há vã glória nem autoflagelação nos resultados das europeias. Agora, com apenas 36% de participação, os dois grandes partidos alternaram a posição, mas ligeiramente. O PS ganhou, mas pouco, a AD perdeu, por um fio, e as grandes alterações deram-se na vitória duplicada da Iniciativa Liberal, e na quebra acentuada do Chega.

Nada disto altera o nosso quadro político. O PS vai reclamar e exigir que a AD e o Governo dialoguem intensamente na AR, mas nada disso parece estar explícito nos resultados eleitorais. Nem o Governo deu um tombo desastroso, nem o PS se sentiu triunfante e protegido. Cada um teve o que pretendia.

Há, contudo, uma novidade interessante: Luís Montenegro anunciou o apoio da AD e do Governo a António Costa para presidente do Conselho Europeu, e isso é um sinal de tranquilidade e estabilidade na nossa política interna. Era uma pergunta nunca respondida pela Aliança Democrática, ou pelo PM, e agora faz todo o sentido. Para já, o PS não pode reclamar.

Mas a mais importante de todas as lições é que nenhum partido ou coligação, positiva ou negativa, desejará empurrar o Governo para o precipício, embora esse caminho fique intacto nas mãos de Luís Montenegro. E o Orçamento do Estado de 2025 poderá ser o momento: ou passa o do Executivo, mais coisa menos coisa, ou o do PS e outros. Neste caso, a coexistência não é garantida.

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