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Reduto do Hamas. Israel avança para o norte de Gaza

Reduto do Hamas. Israel avança para o norte de Gaza

Israel afirma que quatro batalhões do Hamas estão agora em Rafah, juntamente com os reféns raptados durante o assalto de 7 de outubro, mas enfrenta a pressão dos Estados Unidos, da Europa e das Nações Unidas para não invadir a cidade, onde centenas de milhares de civis palestinianos deslocados estão abrigados. No norte da Faixa de Gaza, em Jabaliya, um campo de refugiados com décadas de existência, as forças israelitas bombardearam o principal mercado.
AFP "A operação em Rafah ainda é limitada no espaço e nos alvos", avançou o porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani, na quinta-feira, acrescentando que os ataques foram baseados em informações específicas sobre a atividade dos militantes.

Quatro palestinianos morreram esta quinta-feira num bombardeamento israelita que teve como alvo uma habitação no centro de Rafah, segundo o hospital desta cidade no extremo sul de Gaza, onde estão entrincheirados os últimos batalhões do Hamas, segundo Benjamin Netanyahu, e onde se amontoam centenas de milhares de deslocados.

No extremo sul de Gaza, os tanques mantiveram as suas posições nos bairros orientais e nos arredores de Rafah, mantendo a pressão com bombardeamentos aéreos e terrestres.No oitavo mês de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, o norte e o centro da Faixa de Gaza foram alvo, durante a noite, de bombardeamentos e ataques de artilharia israelitas, avança a AFP.

Médicos revelaram à Reuters que um projétil de um tanque israelita aterrou numa praça no interior de Rafah, matando um palestiniano e ferindo vários outros, enquanto residentes disseram que grupos de casas nos arredores da cidade, para onde Israel disse aos civis para evacuarem, tinham sido destruídos pelo exército.

Os residentes afirmaram que um pesado bombardeamento de tanques atingiu três casas no subúrbio do bairro Brasil, a leste de Rafah, enquanto os médicos informaram que um ataque aéreo nos arredores da cidade de Khan Younis, mais a norte, matou e feriu várias pessoas.

Israel frisa que os ataques tinham como alvo os militantes do Hamas. "Estamos a operar em locais específicos de acordo com as nossas informações e onde sabemos que os terroristas do Hamas estão escondidos, e onde pensamos que podemos encontrar túneis ou infraestruturas terroristas ou munições de vários tipos", disse Shoshani.

"Encontrámos muitos mísseis antitanque, e estamos a tentar evitar os próximos disparos contra civis israelitas a partir dessa área", acrescentou.O exército israelita mantém-se estacionado em Rafah, no lado palestiniano do ponto de passagem com o Egito, que é crucial para a entrada de ajuda humanitária, incluindo combustível, essencial para o funcionamento das infraestruturas.

O Egipto e Israel acusam-se mutuamente desta interrupção, enquanto a ajuda humanitária não passa pelo principal ponto de passagem com Israel, Kerem Shalom.

Na quarta-feira, os combates tiveram lugar em "zonas específicas" a leste de Rafah, onde o exército declarou ter efetuado uma operação contra um centro de treino do Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Mercado de Jabaliya atacado
Esta quinta-feira, os tanques israelitas bombardearam fortemente o principal mercado no coração de Jabaliya, um campo de refugiados com décadas de existência, e várias lojas foram incendiadas, revelaram os residentes e os meios de comunicação social do Hamas.

Anteriormente, o braço armado do Hamas afirmou que os seus combatentes em Jabaliya tinham destruído um veículo de transporte de tropas israelita com um foguete antitanque Al-Yassin 105 de fabrico local, deixando membros da tripulação mortos e feridos.

"Eles estão a bombardear como loucos, destruindo as casas e o mercado principal do campo", disse um dos residentes do campo à Reuters.

Segundo o exército israelita, cinco soldados foram mortos e sete ficaram feridos por dois projéteis disparados por um blindado contra um edifício onde se encontravam reunidos na quarta-feira à noite no campo de refugiados de Jabaliya, palco de violentos confrontos com unidades do Hamas. O exército israelita atualizou a sua lista de soldados mortos em Gaza e acrescentou os nomes de cinco pessoas, todas com idades entre os 20 e os 22 anos.

Os residentes disseram que os tanques também recuaram para a entrada da cidade vizinha de Beit Hanoun, no norte, e os buldózeres israelitas estão a demolir estavam fábricas e propriedades na área.

As equipas médicas palestinianas afirmaram ter conhecimento de relatos de vítimas mortais em Jabaliya, mas não conseguiram chegar até elas devido à intensidade dos bombardeamentos israelitas e à incursão ativa do exército.

Entre os mortos conta-se um jornalista palestiniano, Mahmoud Jahjouh, e a sua família, segundo os médicos e colegas jornalistas.

Israel diz ter eliminado muitos homens armados em Jabaliya, mas não fez qualquer novo comentário sobre a evolução da situação na manhã de quinta-feira.

Na cidade de Gaza, a sul, as equipas médicas e os serviços de emergência civil afirmaram que continuavam a procurar vítimas nos subúrbios de Zeitoun e Sabra, depois de dezenas de corpos terem sido recuperados na sequência de um ataque do exército que durou seis dias.

Hezbollah lançou foguetes contra posições militares de Israel no sul do Líbano
O Hezbollah libanês disparou esta quinta-feira dezenas de foguetes Katyusha contra posições militares israelitas em retaliação pelos ataques aéreos noturnos que atingiram posições da organização fundamentalista islâmica xiita no leste do Líbano.

Este novo surto de violência entre a formação pró-iraniana e o exército israelita surge após a morte, na noite de terça-feira, de um comandante local do Hezbollah num ataque levado a cabo por Israel no sul do Líbano.

Os combatentes do Hezbollah “lançaram um ataque com mais de 60 foguetes Katyusha” contra várias posições militares israelitas nos Montes Golã, ocupados e anexados por Israel”, afirmou o Hezbollah em comunicado.

Trata-se de uma “resposta aos ataques do inimigo israelita na noite passada, na região de Bekaa”, acrescentou.

Cinco ataques israelitas tiveram como alvo a região de Baalbeck, um reduto do Hezbollah no leste do Líbano, perto da fronteira com a Síria, segundo a agência de notícias libanesa ANI, que avançou haver um ferido e “vários danos”.

Segundo uma fonte próxima ao Hezbollah, um dos ataques teve como alvo “um acampamento militar” da formação, que tem um grande número de bases nesta região.

Um porta-voz do exército israelita “confirmou que um ataque aéreo foi realizado nas profundezas do Líbano” contra um objetivo ligado a um projeto de fabrico de “foguetes de precisão” do Hezbollah.

Os ataques aconteceram depois de o Hezbollah ter dito, na noite de quarta-feira, que tinha como alvo uma base militar perto de Tiberíades, no norte de Israel, a cerca de 30 quilómetros da fronteira com o Líbano.
c/ agências
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