rr.sapo.pt - 16 mai. 17:53
Caça ao homem. Quem é "A Mosca" que se tornou o inimigo número em França?
Caça ao homem. Quem é "A Mosca" que se tornou o inimigo número em França?
Mohamed Amra é conhecido como "A Mosca", tem 30 anos e estava a ser transportado de uma audiência em Rouen para uma prisão em Evreux quando a carrinha prisional foi emboscada.
Em França, continuam as buscas para encontrar Segundo o "Le Parisien", Amra nasceu em Rouen, no norte de França.
O fugitivo tem um longo registo criminal, com pelo menos 13 condenações anteriores por várias infrações menores — como condução sem carta, roubo e outras — e, segundo a procuradora de Paris, Laure Beccuau, a sua primeira condenação ocorreu em 2009, quando tinha apenas 15 anos.
Beccuau afirmou ainda que a maioria das suas condenações foram proferidas por tribunais do norte de França, mas que também cumpriu pena em Paris e Marselha, e que que muitas das suas condenações foram por roubo. "Até à data, o seu registo criminal não menciona qualquer condenação por infrações relacionadas com drogas", acrescentou.
Fontes policiais afirmaram que Amra é um traficante de droga de nível médio que tinha ligações a um poderoso gang de Marselha, conhecido como "Blacks".
Amra tinha sido condenado pelo tribunal de Évreux a 18 meses de pena por roubos agravados a supermercados e lojas, entre agosto e outubro de 2019, e estava detido na prisão de Val de Reuil. O fugitivo estava também a ser investigado em vários processos. Segundo os procuradores, tinha sido indiciado por "um rapto que levou à morte" e era suspeito de ter ordenado um homicídio a 17 de junho de 2022.
Segundo o "Le Figaro", um dos casos, que esta a ser investigado desde janeiro de 2022 pelo Tribunal Judicial de Rouen, é por "tentativa de extorsão com arma, tentativa de homicídio e posse de arma de categoria B". Outro caso que está a ser investigado, este desde setembro de 2023 e pelo Tribunal Judicial de Marselha, é a suspeita de "homicídio em grupo organizado, rapto e tomada de reféns e participação numa associação criminosa com vista à prática de um crime".
Em entrevista à BFM TV, Emmanuel Baudin, um líder sindical e guarda prisional, relatou que Amra tinha tentado fugir "há dois ou três dias, serrando as barras da cela". Apesar desta tentativa, não era um prisioneiro de segurança máxima e a sua deslocação na terça-feira foi realizada com uma escolta de nível 3, ou seja, de cinco guardas prisionais.
O "Le Parisien" refere que as identidades dos criminosos que realizaram a emboscada ainda são ainda desconhecidas, mas que Amra tem uma vasta rede de contactos no mundo da droga na Normandia.
Quem são as vítimas do ataque?Segundo o ministro da Justiça francês, Eric Dupond-Moretti, os agentes mortos durante o ataque foram os primeiros guardas prisionais que morreram no cumprimento do dever desde 1992. As vítimas da emboscada em Eure são Fabrice Moello, de 52 anos, e Arnaud Garcia, de 35 anos.
Os dois homens eram naturais de Caen.
Tributo aos guardas prisionais mortos Foto: Mohammed Badra/EPAFabrice Moello era casado e tinha dois filhos, enquanto Arnaud Garcia "deixou a esposa grávida de cinco meses", segundo o ministro.
O que se sabe da investigação?Um dos veículos utilizados na emboscada tinha sido roubado alguns dias antes e chocou de frente com uma das carrinhas de transporte prisional. Na sequência do embate, homens armados saíram do veículo e foram apoiados por outros dois homens que saíram de um Audi, que seguia atrás da carrinha de transporte, antes de abrirem fogo contra as duas carrinhas. De acordo com as investigações, "A Mosca" e os seus cúmplices deixaram a autoestrada após o ataque e terão seguido por uma estrada secundária.
De acordo com Laure Beccuau, os dois veículos usados na emboscada foram encontrados, na zona rural da Normandia, em Houetteville, já incendiados e estão agora a ser submetidos a exames forenses.
O grupo terá seguido num terceiro veículo, um Audi Q5.