www.vidaeconomica.ptvidaeconomica.pt - 16 mai. 12:39

“O investimento em startups está a crescer em Portugal”

“O investimento em startups está a crescer em Portugal”

“O investimento em startups em Portugal tem crescido nos últimos anos” – afirma à “Vida Económica” Nuno Francisco, “head of country at banking and angel investor” da COREangels Lisbon. Com cerca de 800 mil euros investidos em oito start-ups, “o nosso objetivo é ter 25 startups investidas no nosso portfólio até 2026”, acrescenta. A carteira da COREangels Lisbon conta, entre outras, com as startups portuguesas BHOUT, que está a revolucionar os mundos do gaming e fitness, e a Ethiack, plataforma de segurança cibernética que ajuda as organizações a prevenir ataques cibernéticos.


Vida Económica  – Como opera a COREangels International no mercado?
Nuno Francisco -
A COREangels International tem um modelo de negócio único da qual dependem outros fundos de investimento como, por exemplo, a COREangels Lisbon. Atuamos através de um processo de investimento coletivo no mesmo portfolio de startups, significa que na prática os investidores tomam decisões de forma coletiva, trazendo um conjunto de benefícios e reduzindo o risco de investimento. Este modelo possibilita ainda uma decisão mais rica, do ponto de vista da diversidade de opiniões e experiências dos investidores, tornando a discussão mais interessante. O modelo implementado pela COREangels International tem um impacto positivo para os empreendedores e para as startups nas quais investimos, que passam a ter à sua disposição um apoio e uma mentoria ativa de investidores de áreas distintas.
A COREangels Lisbon conta com o apoio da COREangels International, o que nos permite o acesso a oportunidades de networking e investimento a nível regional, como a SIM Conference no Porto, e à escala global, uma vez que estamos ligados a outros fundos COREangels na Europa, América do Norte, América Latina, Médio Oriente e África. Se pretendermos participar na Web Summit no Rio de Janeiro ou em outras cidades, posso contactar com os nossos líderes de fundos ou investidores no Brasil ou em outras geografias para nos apoiar.

VE – Qual a forma de garantir os investimentos e que empresas têm beneficiado?
NF –
Nos fundos COREangels, os “anjos” decidem democraticamente em quais startups investir. Em todos os fundos eles votam Sim, Não ou Talvez para cada startup que está no comité de investimento. Temos uma política de um investidor, um voto, portanto, independentemente do tamanho do bilhete de investimento de cada investidor no grupo, todos os “investidores anjos” terão sempre direitos de voto iguais. Os líderes do fundo contam os votos e, se a startup obtiver uma maioria de Sim, o fundo investe nessa startup. O tamanho do “bilhete de investimento” por startup é diferente em cada fundo COREangels. No caso COREangels Lisboa, o fundo investe cerca de 100 000 euros em cada startup. Até agora, investimos em oito startups e o nosso objetivo é ter 25 startups investidas no nosso portfólio até 2026. O nosso portfólio atualmente inclui startups portuguesas e europeias nos setores de alimentação, viagens e hospitalidade, educação, análise de dados, automotivo, segurança cibernética e fitness. No nosso portfólio, temos startups como a BHOUT, uma startup portuguesa de fit-tech que está a revolucionar os mundos do gaming e fitness e a sua BHOUT Bag foi nomeada “Uma das melhores invenções de 2023” pela revista Time. A Ethiack, outra das nossas startups portuguesas, é uma plataforma de segurança cibernética que ajuda as organizações a prevenir ataques cibernéticos, ganhou o Prémio de “Startup Mais Promissora” no Road2WebSummit pela Startup Portugal no Web Summit 2023.

Portfólios diversificados

VE – O setor está devidamente regulamentado?
NF –
O Governo português tem tomado algumas medidas para promover o empreendedorismo, o crescimento do ecossistema e a inovação através de várias iniciativas e programas, mas o ambiente regulatório para investimentos em startups ainda está em evolução. Investir em startups envolve sempre riscos, mas fazê-lo em grupo, com outros empreendedores, que têm líderes dedicados que garantem que os nossos investimentos seguem os regulamentos legais e financeiros adequados torna o início desta atividade (investimento em startups) mais fácil e mais segura.

VE – Existe muita concorrência no mercado?
NF –
O investimento em startups em Portugal tem crescido nos últimos anos. Surgiram mais empresas de capital de risco, investidor anjo, aceleradoras e outras fontes de financiamento, porém, normalmente mais focados em late stage. Embora haja pouco investimento nas fases pre-seed e seed, onde há mais risco, há maior potencial de retorno do capital investido. A localização estratégica de Portugal, as políticas governamentais favoráveis e uma comunidade empreendedora ativa têm também despertado o interesse de investidores internacionais. Em estágio inicial, realizamos muitos coinvestimentos - na COREangels Lisbon investimos juntamente com outros empreendedores nas mesmas rondas, por isso, diria que existem mais colaborações do que competições.

VE - Quais a principais diferenças entre a COREangelsInternational e as restantes empresas de Business Angels?
NF –
Existem algumas diferenças que surgem da energia que colocamos nos investimentos realizados e que resulta de uma combinação entre investidores determinados, de diversas geografias, com experiências profissionais e pessoais muito distintas e um sentido de comunidade muito forte, o que nos permite dar um apoio diferenciado aos empreendedores e startups em que investimos.
Na COREangels International, como em todos os nossos grupos locais, não só investimos do ponto de vista financeiro, mas também colocamos um foco muito especial na criação de valor por via da mentoria aos empreendedores e de apoio operacional para que desenvolvam as suas ideias como muito sucesso.

VE – Qual a vossa estratégia para os próximos tempos?
NF –
Existem muitas oportunidades num mercado cada vez mais global, pelo que a estratégia passa pela expansão da nossa área de intervenção, aumentando o número de investidores, de países em que estamos presentes e do número de startups apoiadas pela nossa comunidade.




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