rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 26 abr. 13:55

"Têm um grande desejo de ligar a escola à vida e de aprenderem a ser cidadãos ativos"

"Têm um grande desejo de ligar a escola à vida e de aprenderem a ser cidadãos ativos"

O Plano Nacional das Artes convidou as escolas da sua rede nacional para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, desenvolvendo a iniciativa “Todos à Manif”. E foi no relvado da Alameda que os alunos das turmas de artes a apresentar as suas reivindicações.

"Sem o 25 de Abril não havia Liberdade", "Aulas no Exterior", ou "Visitas grátis".

Algumas das frases dos cartazes empunhados por centenas de alunos que se manifestaram esta manhã, nos relvados da Alameda, em Lisboa.

Xavier Correia tem 11 anos e veio da Escola Básica Marquesa de Alorna.

"Temos de conseguir melhores condições de vida, para que todos tenham casa. E melhores condições nas escolas", diz, enquanto ajeita a camisola, já curta para o tamanho que tem.

Faz questão de alertar que a defesa do ambiente também faz parte do rol de exigências que apresenta.

"Na nossa escola cortaram todas as árvores. Foi muito injusto", conta.

Cristina Fernandes professora da Escola Marquesa da Lorna com alunos Foto: João Cunha/RR Cristina Fernandes professora da Escola Marquesa da Lorna com alunos Foto: João Cunha/RR

Atenta ao que diz está Cristina Fernandes, professora do Xavier. "Ele é metade espanhol, metade português. A Alen é angolana e portuguesa, a Katerine é brasileira e portuguesa, a Julie é da Argentina. E a Euridice também é angolana", explica a professora de artes, que lembra outra das exigências dos seus alunos.

"Tem muito poucas horas de artes - e eles adoram", acrescenta.

Noutro grupo, mais abaixo, mas da mesma escola, está Gonçalo Antunes, de quinze anos. Mal se consegue ver-lhe os olhos, tal o cabelo despenteado e farto que lhe cobre a cara.

"É uma ideia muito fixe, como se fossemos toda a gente um só. Todos juntos a lutar por alguma coisa. ". 50 anos depois do 25 de Abril, diz que ainda há direitos a conquistar, meio século depois da Revolução.

"Ainda há muito a fazer pelos direitos dos transexuais e da Comunidade LGBT. E há que lutar ainda contra o racismo", apela.

Sara Brighenti subcomissária do plano nacional das artes  Foto: João Cunha/RR Sara Brighenti subcomissária do plano nacional das artes Foto: João Cunha/RR

Entusiasmada, a assistir a tudo, está Sara Brighenti a subcomissária do Plano Nacional das Artes, qua ainda mais entusiasmada fica quando chegam cerca de uma centena de alunos do Liceu Camões. As reivindicações são idênticas.

"Muitos deles ancoram nesta ideia de que as aulas têm de ser mais praticas. Tem de haver nível de experiência que venha a compensar a teoria, numa relação mais paritária. E depois a questão de terem mais criatividade nas aulas, uma nova forma de lecionar e por fim, aulas no exterior. Têm um grande desejo de ligar a escola à vida e de aprenderem a ser cidadãos ativos."

A subcomissária do Plano Nacional das Artes considera fundamental iniciativas deste género: "O que o Plano faz é trabalhar as artes como motores da democracia e da cidadania. Não estamos dentro da educação artística, mas estamos muito mais a trabalhar a forma como as artes podem promover o cidadão ativo e participativo na sociedade".

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