rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 25 abr. 09:11

Seremos capazes de salvar a liberdade? Questão necessita mais do que nunca de uma resposta

Seremos capazes de salvar a liberdade? Questão necessita mais do que nunca de uma resposta

Marisa Lúcia Amaral acredita que os portugueses não querem abdicar da liberdade de expressão e da igualdade de todos e fala num momento importante de transmissão dos valores de Abril às novas gerações que vão dar seguimento à política do país.

A Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, considera que está na hora do país responder a uma questão: “Seremos capazes de salvar a liberdade?”

Em entrevista à Renascença e questionada se em 50 anos, pós 25 de abril, nunca se sentiu necessidade tão grande de refletir sobre a democracia como agora, a Provedora de Justiça, admite que é o momento.

'É a primeira vez em que somos tão confrontados com esta pergunta: seremos, ou não seremos, capazes perante as circunstâncias do mundo que nos rodeia, salvar e preservar coisas tão boas que eu acho que não queremos prescindir delas, como por exemplo a liberdade de expressão sem nenhum constrangimento?”

Maria Lúcia Amaral acredita que não se quer dar um passo atrás.

"É minha convicção profunda que nós não queremos perder as coisas formidáveis. Por exemplo, todos os cidadãos são iguais perante a lei, todos os votos valem o mesmo e são iguais, não há crime sem lei, independência do poder judicial, não queremos perder nada disto!”

Em seguida, sublinha que “o grande desafio que temos nestes 50 anos é saber como é que, perante uma tão grande mudança histórica, vamos ser capazes de guardar o essencial e de o adaptar".

Instada a avaliar a classe política atual, da qual os portugueses desconfiam algumas vezes, Maria Lúcia Amaral diz que Portugal atravessa hoje um fenómeno idêntico ao de outros países, uma transição de geração.

"A geração que viveu na pele todas as dores, e que se comprometeu a reconstruir as coisas de uma forma melhor, atinge o seu fim e tem de ser substituída por outra que não a viveu.”

E considera que hoje o grande desafio é, precisamente, saber como se passa à geração seguinte o património que se herdou. “Os países felizes são aqueles que são capazes de atravessar este teste de transmissão às novas gerações do que é essencial e eu aposto que nós fazemos parte desses países felizes, quero acreditar", conclui Maria Lúcia Amaral.

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