expresso.ptexpresso.pt - 23 abr. 15:21

Luz Saúde suspende ida para a Bolsa devido ao preço abaixo do esperado

Luz Saúde suspende ida para a Bolsa devido ao preço abaixo do esperado

A Fidelidade e a Luz Saúde justificam a decisão de suspensão da oferta de ações em bolsa com as “condições de mercado atualmente adversas”. Magalhães Correia admite ao Expresso que a avaliação pelos investidores conduziu à suspensão. “Não temos pressa”, diz, sobre as opções futuras

A Luz Saúde já não vai regressar à Bolsa em maio. A informação foi confirmada pela própria empresa e pela sua acionista, a Fidelidade, esta terça-feira, 23 de abril. O preço abaixo do esperado, apontado pelos investidores, foi o motivo, segundo confirmou o Expresso.

"Devido às condições de mercado atualmente adversas, a Luz Saúde S.A. ("Luz Saúde") e a sua acionista maioritária Fidelidade – Companhia de Seguros S.A. ("Fidelidade") decidiram não iniciar o roadshow e o processo de bookbuilding para o IPO da Luz Saúde na bolsa de valores Euronext Lisbon", segundo o comunicado publicado no site da Luz Saúde.

A decisão refere suspensão, não um cancelamento da intenção de colocar uma parte do capital em bolsa: “A Luz Saúde e a Fidelidade vão continuar a monitorizar ativamente as condições de mercado e a evolução favorável das avaliações do setor da saúde e poderão considerar a possibilidade de retomar o processo de IPO num contexto propício a uma transação bem-sucedida e que reconheça o valor da empresa”.

A Fidelidade pretendia colocar uma fatia do capital da Luz Saúde em bolsa, depois de a ter retirado do mercado quando a adquiriu, em 2014, mas não será para já.

Jorge Magalhães Correia, chairman da Fidelidade e da Luz Saúde José Fernandes “Não temos pressa nenhuma”

“As indicações que recebemos apontavam para uma subvalorização do ativo. Em nenhuma circunstância aceitamos vender parte do capital da Luz Saúde a um valor que não seja o adequado”, declarou Jorge Magalhães Correia, o presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, ao Expresso.

"Continuamos com o nível de envolvimento com a Luz Saúde e não temos pressa nenhuma", acrescentou ainda o representante do acionista.

Em comunicado, a seguradora adiantou que “a decisão foi tomada após cuidadosa avaliação das condições de mercado, caracterizadas pela instabilidade recente nos mercados de capitais, agravada pelas tensões no Médio Oriente”. “A volatilidade dos mercados atingiu níveis elevados e os principais índices bolsistas globais desvalorizaram, sistematicamente, nos últimos dias. Neste contexto, não se encontram reunidas as condições de mercado que permitam uma correta valorização do ativo”, continua o comunicado.

“Novas opções” pela frente

“Ao longo dos últimos meses, temos vindo a obter um feedback muito consistente e encorajador dos investidores sobre o forte historial operacional e financeiro da Luz Saúde e quanto às suas sólidas perspetivas de crescimento”, comenta Isabel Vaz, a presidente da Luz Saúde, citada no comunicado da Luz Saúde. As condições de mercado não se revelaram positivas, e a Fidelidade foi sempre assumindo que não venderia com o preço sob pressão.

Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde

A líder da dona da rede hospitalar privada sublinha, porém, que esta suspensão ocorre, mas há aspetos positivos a retirar, que podem ser determinantes para o futuro da Luz Saúde: “o processo e os contactos internacionais abriram novas opções e avenidas de crescimento interessantes, as quais definitivamente vale a pena serem consideradas, tanto pela Luz Saúde como pela Fidelidade, uma vez que suspendemos a opção de IPO”.

Além da ida para a bolsa, a Luz Saúde tinha prevista a realização de um aumento de capital de 100 milhões de euros, sobre o qual não há referência neste comunicado. No entanto, o Expresso sabe que esta operação também fica pelo caminho, já que fazia parte da oferta, no seu todo.

No relatório e contas relativo a 2023, publicado esta semana, a Fidelidade dizia isso mesmo: a colocação de uma percentagem minoritária do capital aconteceria “apenas e quando estiverem reunidas as condições de mercado”.

A própria Fidelidade, detida em 85% pela Fosun e em 15% pela Caixa Geral de Depósitos, admite a ida para a bolsa no próximo ano.

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