tek.sapo.pt - 4 abr. 15:08
Universidades portuguesas gastam 200€ por aluno em transformação digital e cibersegurança
Universidades portuguesas gastam 200€ por aluno em transformação digital e cibersegurança
Dados de um novo estudo mostram a importância da transformação digital para as instituições de ensino superior em várias áreas, começando ao nível da oferta, mas passando igualmente pela ...
As universidades portuguesas gastam 200 euros por aluno em políticas de transformação digital e cibersegurança, em média, revela um estudo sobre Maturidade Digital das Instituições de Ensino Superior (UDigital 2023), promovido pela MetaRed e pela Organização de Estados Ibero-americanos em Portugal.
Contando com a participação voluntária das universidades da Beira Interior, Porto, Évora, Açores, Católica, Madeira, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro e ISCTE, o UDigital 2023 indica um valor ligeiramente acima para a média na região ibero-americana, de 238 euros. A diferença estará relacionada com o facto de boa parte das instituições portuguesas já terem equipas próprias para o efeito, não precisando de contratualização externa, permitindo por isso a redução de custos.
Os dados reunidos mostram a importância da transformação digital para as instituições de ensino superior em várias áreas, começando ao nível da oferta, mas passando igualmente pela difusão e produção cultural, referiu Ana Capilla, Diretora Geral do Ensino Superior e Ciência da OEI, durante a divulgação dos resultados, citada em comunicado.
Destaque ainda para o facto de os alunos valorizarem cada vez mais os formatos híbridos ou totalmente online, algo a que as instituições “têm de responder”, sublinhou a responsável.
Portugal regista novo recorde no ensino superior com mais de 446 mil alunos inscritos no último ano letivo Ver artigoPara Fernando Silva, da Universidade do Porto, há que destacar o estudo demonstrou que “praticamente metade das instituições participantes já têm desenhadas e implementadas estratégias de cibersegurança”, por exemplo.
O estudo foi realizado ao longo de 2023 com a resposta das universidades participantes a questões relacionadas com objetivos estratégicos integrados em sete desafios: requisitos para abordar a transformação digital; investimento em recursos para amadurecer digitalmente; obtenção de vantagens competitivas graças a investimento em serviços tecnológicos inovadores, seguros e de qualidade; oferta de formação híbrida; experiência satisfatória com os estudantes; disposição de informação adequada à tomada de decisões; e a capacidade para atingir os objetivos estratégicos da instituição digital.
Uma das valências do UDigital 2023 para as instituições participantes, é que agora têm acesso a uma plataforma, a Power BI, que lhes permitirá analisar os resultados obtidos em comparação com os restantes participantes, com diferentes filtros e prismas de análise.
Embora as nove universidades portuguesas mostrem resultados abaixo da média ibero-americana “o importante nesta primeira edição piloto é a divulgação desta metodologia, por forma a fomentar a participação de mais instituições, obtendo-se resultados mais próximos da realidade e que permitam às instituições e entidades governativas a obtenção de dados que permitam planear no sentido de aumentar maturidade digital das instituições”, refere Joaquim Godinho, Secretário Executivo da MetaRed em Portugal.
O objetivo, defende, não é a promoção de uma lógica competitiva, mas antes a partilha de conhecimento entre instituições, "para que estas, olhando para as estratégias promovidas e resultados obtidos por cada uma, possam planear a sua própria transformação e maturação digital em áreas como o ensino, a cibersegurança, o respeito pela proteção de dados, os métodos de avaliação ou a adaptação de uma oferta letiva adaptada a um perfil de aluno em constante mutação".
Depois desta primeira edição que, ainda que pequena em escala, permitiu demonstrar o potencial deste tipo de estudo, a MetaRed quer atrair uma maior participação por parte das instituições. Prevê-se, por isso, uma edição dedicada exclusivamente aos Institutos Politécnicos e outra às Universidades. O objetivo será, posteriormente, juntar ambos os tipos de instituição de ensino superior.