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Lucro da Galp atinge recorde de mil milhões de euros

Lucro da Galp atinge recorde de mil milhões de euros

Produção de petróleo aumentou 6% em 2023. Resultado líquido cresceu 14%.

A Galp atingiu em 2023 o seu maior resultado líquido de sempre, de 1002 milhões de euros. O lucro da empresa controlada pela família Amorim subiu 14% face aos 881 milhões de euros de 2022, num ano em que a produção petrolífera aumentou 6% (excluindo a operação angolana, cuja venda foi anunciada há um ano) e a produção de combustíveis em Sines recuou 10%, devido às paragens programadas da refinaria. As vendas de energia a clientes caíram 7%, com uma queda de 28% das vendas de gás natural.

Em 2023, o resultado da Galp foi suportado pelo “aumento gradual” da actividade do projecto moçambicano de gás natural (Coral Sul) e por “níveis de produção robustos no Brasil”, explicou a empresa no comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A produção média diária diminuiu 3% para 122 mil barris, no entanto, enquanto a produção de crude recuou 10% para 101,9 mil barris dia, a produção equivalente de gás natural aumentou 54%, para 20,4 mil barris diários. Os custos de produção por barril caíram 8%, para 2,6 dólares.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 3558 milhões de euros, menos 8%, face ao ano anterior, reflectindo um “forte desempenho operacional, os preços das matérias-primas em níveis mais baixos, e o efeito do reconhecimento do fim da contribuição do negócio de produção angolano”. O resultado operacional foi de 2469 milhões de euros, que incluem 265 milhões de euros em imparidades e provisões.

No seguimento da alienação dos activos angolanos, as depreciações, amortizações e imparidades no negócio de exploração de petróleo foram de 524 milhões de euros, que comparam com os 854 milhões de euros de 2022 (uma diminuição de 1380 para 987 milhões de euros, considerando todas as áreas de negócio da Galp).

Considerando as diferentes áreas de negócio, o EBITDA da área de exploração e produção de petróleo registou uma redução de 27% para 2263 milhões de euros (devido ao fim da contribuição da produção angolana e reflectindo igualmente preços mais baixos de petróleo e gás do que em 2022), mas o da área industrial, que inclui a refinaria, duplicou para 929 milhões de euros, apesar de a margem de refinação ter diminuído de 11,6 para 11 dólares por barril.

Segundo a Galp, a descida das cotações internacionais foi “compensada parcialmente pela normalização dos custos energéticos” que impactam o custo de produção da refinaria. O negócio beneficiou igualmente do “forte desempenho” das actividades de revenda de gás natural e petróleo.

O EBITDA da área comercial manteve-se estável em torno dos 300 milhões de euros. Na área de renováveis, que tem um peso muito reduzido na actividade da Galp, o resultado bruto passou de 50 para 131 milhões de euros.

O capital liberto pela operação da Galp em 2023 totalizou 1373 milhões de euros. “Esta performance robusta” conseguiu-se mesmo com o aumento dos impostos pagos no ano passado, que incluem, segundo a empresa presidida por Filipe Silva, “207 milhões de euros relacionados com taxas extraordinárias, nomeadamente o imposto sobre os ‘lucros caídos do céu’ na Península Ibérica, a taxa temporária brasileira sobre as exportações de petróleo e a CESE [contribuição extraordinária sobre o sector energético]”.

A empresa reconhece encargos de 75 milhões de euros na Península Ibérica e mais 64 milhões de euros no Brasil, com a taxa sobre as exportações em vigor até Junho.

A Galp, que tem como principais accionistas a família Amorim, a petrolífera angolana Sonangol e o Estado português, pretende aumentar a remuneração dos investidores em 4%, com o pagamento de um dividendo de 0,54 euros por título após a assembleia geral de accionistas de 2024, mantendo um programa de recompra de acções de 350 milhões de euros a executar durante o ano.

Perto das 10h00, as acções da Galp estavam a transaccionar-se na bolsa de Lisboa nos 14,38 euros, com um recuo de 0,04%.

Para 2024, a Galp antecipa um EBITDA de 3100 milhões de euros, com base em pressupostos como um preço do crude nos 80 euros por barril e uma margem de refinação na ordem dos 8 dólares por cada barril processado.

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