visao.ptapfigueiredo - 21 nov. 10:44

Visão | Redes sociais, um mal necessário?

Visão | Redes sociais, um mal necessário?

Estas duas perguntas servem como reflexão para pensar sobre o grau de dependência que tem de um único canal e o nível de relação que tem com a sua comunidade fora deste

Já não é a primeira vez que escrevo sobre redes sociais. Não me considero digital, contudo, o digital está presente na minha vida, todos os dias e durante muitas horas, o que me leva dizer que o digital para mim é, ao mesmo tempo, um mal necessário e uma plataforma indissociável para partilhar valor e a minha marca pessoal.

Talvez por isso sinta a necessidade de escrever e falar sobre redes sociais, não só no meu blogue, mas também partilhando o meu testemunho, como fiz, por exemplo, num livro conceituado sobre o tema para o qual fui convidado a escrever, ou mesmo num painel de um evento que refletia sobre este tema.

O que as pessoas procuram geralmente saber é mais a minha experiência de partilha de conteúdos e de interação com pessoas e marcas nas redes sociais, e menos sobre aspetos técnicos que deixo a cargo de parceiros que trabalham connosco.

Na minha opinião, estamos a viver um overload de informação, no sentido em que o conteúdo “lixo” que existe, principalmente no Facebook e Instagram, atingiu níveis altamente preocupantes de falta de ética e de segurança:

  • Cada vez mais se publica conteúdo de baixíssimo valor acrescentado, que induz a desvalorização e interpretações erradas da realidade;
  • Cada vez mais se copia. Tornou-se algo banal. Copiam-se posts, vídeos, carrosséis, artigos sem referenciar o autor original e pior, apropriando-se do trabalho de outros como se fosse seu e original. Em alguns casos é escandaloso e ao mesmo tempo ridículo, pois a cópia e a apropriação são feitas a partir de autores altamente reconhecidos;
  • Cada vez mais se vende de forma igual e massiva, sempre com o mesmo isco: fórmulas mágicas para obter dinheiro fácil e rápido – são os novos “profetas” do online;
  • Cada vez mais se paga mais para quem vende nas redes, o algoritmo está cada vez mais restritivo, complexo e caro com forte possibilidade de a Meta impor uma subscrição. Aliás, estas subscrições já se começam a democratizar, usando por exemplo a subscrição de perfil verificado para se assegurar segurança de conta e identidade;
  • Cada vez mais, há mais leads de menor qualidade, mais caras e de menor taxa de conversão – “pôr a moedinha” começa a ser cada vez mais difícil…
  • Cada vez mais se noticia o que realmente não é notícia, ou mesmo notícias falsas. As chamadas fake news divulgam-se a cada segundo e induzem à criação de realidades que servem interesses que não pretendem informar, mas sim desinformar;
  • Cada vez mais se invade: como existem muitas pessoas que fazem das redes o centro do seu negócio, aumenta a prática de abordar followers nos likes e comentários para oferecer produtos ou serviços complementares ou mesmo concorrentes ;
  • Cada vez mais se assiste à escalada de provocação e insulto gratuito. Nada de novo, contudo parece agora assumir proporções inigualáveis, alastrando-se até para redes que supostamente seriam mais sérias e respeitadoras como o Linkedin;
  • Cada vez mais se assiste à situação alarmante de invasão de privacidade, com cada vez mais contas a serem pirateadas para extorquir dados, followers, dinheiro ou pura e simplesmente para bloquear contas e atividades porque sim, ou porque alguém encomendou esse trabalho como prática de crime com objetivo de criar uma situação de concorrência desleal.

Enfim, a lista é, com certeza, infindável, sendo que, claro, há também muito de positivo nas redes sociais para quem as trabalha bem, para quem as trabalha para o bem e de forma séria.

A pergunta que se segue é:

  • Será que o seu negócio está totalmente dependente das redes sociais?
  • Ou será que o seu negócio é alavancado pelas redes sociais?

.

Reportando-me à minha área de influência e onde trabalho há mais de 30 anos, diria que esta reflexão é uma reflexão mesmo muito necessária.

O nosso negócio não pode depender apenas de um canal, neste caso, do canal redes sociais, pois a probabilidade de ficarmos reféns do seu poder e imprevisibilidade é elevada. Ter um site/blogue, com domínio próprio e aliado a uma boa CRM é chave. Lembrem-se as redes servem para captar leads para o nosso site e não o contrário e as redes não são, nem de longe, o único canal de geração de leads.

Há muito negócio online e lá fora, apenas tem de saber encontrar o equilíbrio que funciona melhor para manter o seu funil de contactos ativo, sempre usando as ferramentas (todas) que estão ao seu alcance para filtrar e aproveitar TODAS as oportunidades.

Para isso, nunca se esqueça que os maiores sucessos, muitas vezes, surgem do desafio de saber como fazer muito, com pouco. Não será por acaso que a expressão “back to basicstem sido a expressão que mais se tem ouvido nos últimos tempos no mercado norte-americano – afinal, num mercado desafiante, como se adivinha o de 2024, temos toda a tecnologia ao nosso alcance para continuar, só temos mesmo de saber como acrescentar a relação como potenciador de resultados voltando a falar com pessoas ao vivo e a cores.

A maior parte dos negócios começa nas pessoas. Trabalhar bem as suas bases de dados e fazê-las crescer, vai ser o que lhe vai garantir a sua independência e o futuro do seu negócio.

E saber trabalhar as suas relações em todos os canais, será essencial, no entanto, não trabalhando para redes sociais, mas sabendo como colocar as redes sociais a trabalhar para si!

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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