Chama-se peritonite infecciosa felina, matou milhares de gatos em Chipre e o primeiro caso foi entretanto identificado no Reino Unido. A PIF é causada por um coronavírus felino mas esta estirpe é diferente, “mais preocupante”: “Trata-se de uma combinação com um coronavírus canino” e essa “é a grande novidade”, explica Tiago Correia, especialista em Saúde Internacional.

Chipre tem uma superpopulação de felinos na rua. Desde o início do ano, estima-se que tenham morrido pelo menos oito mil gatos com esta doença, mas há quem avance números superiores: o presidente da Cats PAWS Cyprus, Dinos Ayiomamitis, diz que já terão morrido 300 mil animais. Por esse motivo, Chipre começou a ser chamado “ilha dos gatos mortos”.

Recentemente, um felino infetado foi trazido de Chipre para o Reino Unido. Apesar de ter sido colocado logo em quarentena, “existe a possibilidade” de a infecção se espalhar no país. “Há riscos plausíveis de, mais tarde ou mais cedo, surgirem mais casos, até por causa das viagens comerciais”, afirma Tiago Correia ao Expresso.

Esta variante da peritonite infecciosa felina chamada F-COV-23 transmite-se através das fezes dos gatos. “O que significa para nós, humanos? Não significa nada de mal”. Como não é uma zoonose, não há risco de transmissão de animais para pessoas. Apesar de se chamar coronavírus, “não tem nada a ver com a covid-19”, vinca o especialista.

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