observador.ptobservador.pt - 21 nov. 16:34

Charles Michel garante trabalho árduo sem prometer aval às negociações em dezembro

Charles Michel garante trabalho árduo sem prometer aval às negociações em dezembro

Presidente do CE assume que reunião de dezembro não será fácil, mas garantiu ainda assim que a disponibilidade europeia relativamente à Ucrânia não é menor do que aquando do início da guerra.

O presidente do Conselho Europeu garantiu, esta terça-feira, que irá “trabalhar arduamente” junto dos líderes da União Europeia (UE) para um aval em dezembro às negociações formais com a Ucrânia para alargamento, sem prometer resultado positivo pelas “dificuldades políticas”.

“Haverá esta reunião [do Conselho Europeu em dezembro], mas não posso prever o que fazemos, qual será o resultado. Posso trabalhar arduamente para tentar obter um resultado positivo e esse é o meu propósito e a minha convicção pessoal, de que precisamos de um resultado positivo”, disse Charles Michel, falando à chegada à capital ucraniana, Kiev, falando com uma comitiva de jornalistas europeus, incluindo a agência Lusa.

Ressalvou que “esta reunião não é o fim do processo [pois] discutiremos muitas vezes no futuro como apoiamos a Ucrânia, como apoiamos os outros países candidatos, como reforçamos a defesa europeia, como construímos mais resiliência europeia”,

“Esta visão, de que o Conselho Europeu é preto ou branco, não pode ser nada nem tudo, muitas vezes é mais complexo do que isso”, acrescentou o presidente do Conselho Europeu.

Referindo-se à cimeira europeia de dezembro, ocasião na qual os líderes da UE vão discutir o início das negociações formais com a Ucrânia, Charles Michel disse “não subestimar as dificuldades políticas desta reunião” dado que “existem muitos temas difíceis ao mesmo tempo”, sendo eles, além do alargamento, a revisão do orçamento europeu a longo prazo, o novo pacto migratório e a reforma das regras orçamentais.

“Significa que nos próximos dias, nas próximas semanas, vamos continuar a tentar construir uma posição unida no Conselho Europeu, como fizemos no passado, […] mas isto é desafiante porque são temas importantes em cima da mesa”, salientou, nesta conversa com a comitiva de jornalistas que o acompanha, incluindo a Lusa.

A poucos minutos de se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Charles Michel garantiu ainda assim que a disponibilidade europeia relativamente à Ucrânia não é menor do que aquando do início da guerra.

“Os líderes europeus são extremamente sérios e estão convencidos de que precisamos de tomar a decisão certa porque o que está em causa é a nossa segurança, a nossa estabilidade, a nossa prosperidade nas próximas décadas”, realçou.

Numa altura em que a UE já atribuiu 82 mil milhões à Ucrânia e em que surgem críticas sobre alegados dois pesos e duas medidas, Charles Michel adiantou: “O maior erro que faríamos, que faria para os nossos filhos e netos, seria cair nesta armadilha”.

A visita de Charles Michel surge a três semanas de os líderes da UE decidirem sobre o início das negociações formais para a adesão da Ucrânia à UE, depois de a Comissão Europeia ter recomendado, em meados deste mês, que o Conselho avance dados os esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos, embora impondo condições como o combate à corrupção.

Na altura, o executivo comunitário vincou que a Ucrânia tem de fazer progressos, que serão avaliados num relatório a publicar em março de 2024.

A decisão cabe agora ao Conselho da UE, na formação de Assuntos Gerais, e deverá ser tomada no dia 12 de dezembro, mas o aval final será dado pelos chefes de Governo e de Estado da União, que se reúnem em cimeira europeia poucos dias depois, a 14 e 15 de dezembro, em Bruxelas.

Perante desacordos entre os ministros europeus, a última palavra é dos líderes da UE, adiantou fonte europeia à Lusa. A Ucrânia obteve o estatuto de país candidato em meados de 2022. O alargamento é o processo pelo qual os Estados aderem à UE, depois de preencherem requisitos ao nível político e económico.

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