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Segundo transplante de coração de porco para um homem feito nos EUA

Segundo transplante de coração de porco para um homem feito nos EUA

Os xenotransplantes podem ser uma solução para a falta crónica de doações de órgãos humanos. No primeiro destes transplantes, em 2022, o paciente acabou por morrer dois meses depois.

Um homem de 58 anos tornou-se, nesta semana, no segundo paciente a receber um coração de porco geneticamente modificado, em mais um avanço na área da transplantação.

A xenotransplantação, isto é, o transplante de órgãos de animais para os seres humanos, pode ser uma solução para a falta crónica de órgãos humanos. Mais de cem mil norte-americanos estão atualmente em lista de espera para um transplante.

Este transplante, tal como o primeiro em 2022, foi feito por uma equipa de peritos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

O primeiro paciente acabou por morrer dois meses depois de receber o coração do porco, no ano passado, devido a "uma multitude de fatores incluindo o seu frágil estado de saúde" antes da operação, disse a universidade na sexta-feira.

A última operação teve lugar na quarta-feira, com um doente - Lawrence Faucette - que era considerado inelegível para receber um coração humano devido a uma doença vascular e a complicações resultantes de uma hemorragia interna.

Sem este transplante experimental, o pai de dois filhos e veterano da Marinha dos EUA enfrentava uma quase certa falha cardíaca. "A minha única verdadeira esperança é o coração do porco, o xenotransplante, disse Faucette antes da operação. "Pelo menos agora tenho esperança, tenho uma hipótese", acrescentou.

Após o transplante, o doente já estava a respirar sozinho e o novo coração estava a funcionar bem "sem o auxílio de aparelhos de apoio", disse a universidade.

Faucette está a tomar os medicamentos para evitar a rejeição do coração que são habituais, além de uma nova terapia para prevenir que o seu corpo danifique ou rejeite o novo órgão.

Os xenotransplantes são um desafio porque o sistema imunitário dos doentes vai atacar os órgãos estranhos. Os cientistas estão a tentar dar a volta ao problema, usando órgãos de porcos geneticamente modificados.

Nos últimos anos, os médicos transplantaram rins de porcos geneticamente modificados para pacientes com morte cerebral.

Um instituto de transplantes de Nova Iorque (o NYU Landone Hospital) anunciou este mês que o rim de um porco transplantado para um destes doentes tinha funcionado durante 61 dias, o que representa um recorde.

A pesquisa inicial sobre xenotransplantes focava-se na recolha de órgãos de primatas - o coração de um babuíno foi transplantado numa recém-nascida em 1984, mas ela só viveu durante 20 dias.

Os esforços atuais focam-se nos porcos, que se acredita serem os doadores ideais para os humanos por causa do tamanho dos órgãos, do seu rápido crescimento e pelos números elevados de crias numa ninhada, para além do facto de já serem criados como fonte de alimento.

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