www.publico.ptpublico.pt - 19 set. 05:30

Cartas ao director

Cartas ao director

Querem melhor?!...

Rui Moreira, no texto de opinião que o PÚBLICO reproduziu, justifica-se de ter correspondido à ideia de remoção da estátua de Camilo, colocada no lugar onde sofreu as consequências dos seus amores, num “amor de perdição”. Diz que conhece a obra imortal de Camilo, que não é especialista em estatuária, que não considera a obra erótica ou pornográfica, mas apenas “pornograficamente horrenda”. Convenhamos que quem não perceber a coerência deste raciocínio não percebe nada de Rui Moreira. Refere as 37 grandes figuras ilustres, mas esquece os cerca de 9 mil subscritores da não remoção da estátua. Cita o autor da estátua, que lhe explicou que “não é Ana Plácido, mas apenas uma qualquer mulher”. Rui Moreira não terá compreendido que um ícone homenageia todas as mulheres que influenciaram Camilo e não “uma qualquer mulher”. Rui Moreira acumula o cargo de presidente da Câmara do Porto com o do vereador da cultura e, como se vê, está mesmo à altura desse desempenho: não percebe de estátuas, não é moralista, mas considera a estátua “pornograficamente horrenda”. Querem melhor?!...

João Baptista Magalhães, Folhada

A mobilidade a pé nas nossas cidades

Foi com muito agrado que constatei o destaque dado pela jornalista Ana Sá Lopes ao tema das dificuldades de mobilidade a pé nas cidades portuguesas para quem não é propriamente saudável. Tenho quase 40 anos e mobilidade condicionada desde sempre e, por isso, considero-me um especialista no tema.
A verdade é que a topografia de grande parte das cidades portuguesas não ajuda, mas também não ajuda haver ruas com passeios de 30cm de largura ou de altura, nem o facto de praticamente não haver passeios com piso regular onde possamos desfrutar da sombra de árvores. Para quem, como eu, tem dificuldades de locomoção mas consegue subir e descer escadas, é importante que estas sejam regulares e tenham corrimão (o corrimão é mesmo importante!).
Por fim, os extremamente enervantes canteiros e cadeiras que alguns estabelecimentos colocam em passeios já de si exíguos, obrigando as pessoas a desviarem-se para a estrada, muito provavelmente tendo de descer e subir um passeio com 30cm de altura. Honestamente, por vezes, penso que os departamentos responsáveis pelo urbanismo se limitam a construir rampas onde há escadas.

Guilherme Silva, Matosinhos

Linha da Beira Alta

Excelente o artigo de Carlos Cipriano de 18 de Setembro com muita informação sobre os atrasos da linha da Beira Alta. Considerando a importância desta linha para as exportações portuguesas de bens e que depois destas obras vão manter-se as rampas que aumentam os custos de operação, sugiro, para ponderação de novas obras, que se faça uma comparação entre os custos desta "modernização" e os custos de uma linha nova construída de raiz com as características acordadas na cimeira da Figueira da Foz em 2003 entre os governos português e espanhol, e que constam da regulamentação europeia dos corredores internacionais ferroviários. Aparentemente faltarão recursos humanos na IP para projectar, submeter a candidaturas comunitárias e controlar a execução da obra.

Fernando Santos e Silva

Serviço público no aeroporto e horários de trabalho

Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa, dia 15 de Setembro de 2023, 5h50m da manhã. Desde as 5 horas da manhã que aviões chegam e partem e o movimento é já muito intenso. Entretanto, centenas de passageiros aguardam para verificação do passaporte para poderem embarcar. Do outro lado, para controlo dos passageiros da UE e mais países, há um único funcionário do SEF (?). A espera é inevitavelmente muito longa. Ao lado, cerca de uma dezena de aparelhos para controlo dos passaportes electrónicos esperam, desligados. Pergunto: porque é que não estão a funcionar e porque é que não há mais funcionários a controlar os passaportes? Uma solícita funcionária do aeroporto que procura organizar as filas responde-me que ainda não chegaram. Quando passo o controlo, depois das 6h, já há mais dois funcionários nas cabines, mas o controlo electrónico continua sem assistência. Tratando-se de um serviço público, não deveria ter horários compatíveis com as prioridades e as necessidades para que foi criado, como os hospitais e os bombeiros, ou as regras aqui são diferentes?

João Cabral, Lisboa

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