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Do rock à eletrónica. Primeiro dia do North Festival surpreende

Do rock à eletrónica. Primeiro dia do North Festival surpreende

A noite de sexta-feira começou cedo, ameaçada pela chuva e com o público a chegar timidamente à frente do palco. Mas tudo isso se foi dissipando à medida que as horas passaram. Feitas as contas, o primeiro dia de North Festival, na margem do rio Douro, ficou marcado pelo rock português e pela eletrónica dançável.

Já era sábado quando os The Chemical Brothers deram por terminado o concerto de encerramento do primeiro dia de North Festival. Durante mais de uma hora, o duo britânico deu, sem surpresas, mas também sem deceções, o espetáculo de luzes, projeção e som ao qual nos tem habituado. O auge foram os temas que contam já com décadas de existência, que levaram o público a levantar os braços e abanar a cabeça. "Hey boy hey girl", de 1999, foi um dos pontos altos da noite.

A festa estava tão eletrizante, que a dança passava as divisórias do festival. Ao longo da rua da Alfândega, junto às casas, acumulavam-se dançarinos que se deixavam levar pelo ambiente de euforia que se vivia na margem do Douro. Cá dentro, The Chemical Brothers deixaram nos fãs a certeza de que foram o grande espetáculo da noite. Um encerramento "eletrónico".

Depois de tiradas as medidas ao espetáculo dado pelos cabeças de cartaz, Paulo Furtado foi outro grande protagonista. Um contratempo de saúde levou a que a baterista de The Legendary Tigerman tivesse de ser substituída. O baixista saltou para a bateria e Ed Gonçalves, dos Best Youth, entrou em auxílio. Mas nada disso foi relevante durante a uma hora que a banda liderada por Paulo Furtado esteve em cima do palco do North Festival na noite de ontem. Ninguém diria que a formação apresentada foi inédita e quase sem ensaio. Não falharam uma nota. E, acima de tudo, não falharam o ambiente.

Tigerman prometia surpresas e novidades, com um novo "formato". Isso foi notável. E quem ganhou foi o rock português. Com uma energia inesgotável, o coletivo que levou quatro elementos (dois dele fora do seu "habitat natural") a palco deu toda a magnitude rock ao novo e velho repertório de Paulo Furtado. Guitarras, essas, não faltaram, naquele que foi, até meio da noite de ontem, o concerto com mais espetadores.

Já perto do fim desta atuação, o segredo guardado para este concerto foi revelado: Catarina Salinas, também dos Best Youth, subiu a palco para acompanhar Tigerman numa versão da música de Nancy Sinatra "This boots are made for walking".

Noite arrancou ao som do Porto

Há uma nota incontornável para a primeira noite na Alfândega do Porto: o protagonismo do rock português, em especial do rock portuense. E, claro, uma boa dose de nostalgia. Foram os Jafumega que deram ao público portuense aquilo que prometeram: um concerto repleto de energia. Não foi a década de interregno no Porto que deteve o grupo de "partir tudo", tal como haviam prometido fazer. "Ribeira", dedicada ao local onde, precisamente, atuaram, e "Rústica", uma homenagem ao colega Eugénio Barreiros, que faleceu recentemente, foram os pontos altos.

Seguiram-se depois os Trabalhadores do Comércio, que entregaram uma carreira repleta de êxitos ao público. Num início energético, que passou também por temas mais suaves, a festa chegou ao rubro quando o grupo portuense deu asas ao famoso tema "Chamem a polícia", com o público a denotar uma recetividade contagiante. Houve ainda espaço para a estreia do novo single, "Objeto", que, ainda que não esteja "na ponta da língua" dos espetadores, cativou pela sua batida animada.

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