svicente - 25 mai. 08:30
Visão | Uma crónica em forma de expresso da meia-noite
Visão | Uma crónica em forma de expresso da meia-noite
Estão redondamente enganados os partidos que querem ser governo e pensam que ganham com o empolamento destes casos. Serão apenas os próximos
Acompanhei, de longe e sem acesso às televisões, as últimas audições sobre os acontecimentos no Ministério das Infraestruturas. Não há engano nenhum. Já se sabe que deixámos de ter qualquer tipo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, à sua gestão e ao papel que o Governo tem desempenhado. Janelas partidas, computadores e telemóveis do Estado, socos prometidos, lutas entre membros de um gabinete, chamadas legítimas, ou não, ao SIS é que são os temas. Digamos que eu era capaz de achar mais interessante e importante falar, sei lá, da TAP.
Já em solo pátrio, fui ver as audições do ministro, do seu ex-adjunto e da sua chefe de gabinete e percebi o falatório. Aquilo, de facto, é uma novela capaz de ombrear com as que passam em horário nobre nas televisões generalistas. Como nas novelas, basta ver os primeiros episódios para se saber o fim. O resto é apenas um gigantesco pastel para entreter. Os atores são mais fracos do que os das novelas a sério, e há uma diferença de qualidade gigantesca entre os interrogados e os interrogadores. Os primeiros estão bem preparados e sabem o que lá estão a fazer (vendam a versão que venderem), mas os segundos são paupérrimos e fica escarrapachado o fraquíssimo nível daqueles representantes dos eleitores.