observador.ptobservador.pt - 19 mar. 17:16

Fósseis encontrados no Ártico obrigam a reescrever a História de um monstro marinho que dominava oceanos no tempo dos dinossauros

Fósseis encontrados no Ártico obrigam a reescrever a História de um monstro marinho que dominava oceanos no tempo dos dinossauros

Onze vértebras de um ictiossauro encontradas no Ártico sugerem que um monstro que dominou os oceanos na era dos dinossauros é mais antigo do que se pensava. Fósseis foram encontrados em 2014.

Foram encontrados no Ártico os fósseis mais antigos de que há registo de um réptil marinho que dominou os oceanos na era dos dinossauros: o ictiossauro, um animal com uma morfologia semelhante à das baleias modernas que, tendo-se extinguido pouco antes dos dinossauros, viveu nos mares de todo o planeta durante 160 milhões de anos. A descoberta vem descrita na revista científica Current Biology.

Em 2014, cientistas noruegueses e suecos encontraram 11 vértebras articuladas da cauda de um ictiossauro conservadas em rochas na ilha de Spitsbergen, rica em rochas formadas a partir de sedimentos que estiveram no fundo do mar há cerca de 250 milhões de anos. Isso colocou em xeque a principal teoria sobre o desenvolvimento dos ictiossauros, porque aquelas rochas eram demasiadas antigas.

Até agora, julgava-se que estes répteis marinhos eram um produto de uma evolução de répteis terrestres e que se tinham desenvolvido no mar depois da Extinção do Permiano-Triássico, que condenou ao desaparecimento a esmagadora maioria das espécies animais, há cerca de 252 milhões de anos. Sem grandes predadores na costa, os répteis terrestres tornaram-se anfíbios.

A tese mais aceite é que os ictiossauros são uma evolução dos répteis anfíbios, que a certa altura deixaram de colocar ovos — tornaram-se vivíparos, com as crias a desenvolverem-se diretamente no organismo da progenitora —,  ganharam barbatanas e ficaram com um corpo mais semelhante ao das baleias atuais para nadarem melhor.

Estas mudanças são demasiado complexas para terem acontecido em apenas dois milhões de anos — o intervalo de tempo entre o evento da Extinção do Permiano-Triássico e a idade estimada das rochas encontradas no Ártico. Por isso, os paleontólogos que descobriram os novos fósseis acreditam que os ictiossauros tenham surgido muitos antes do que se pensava.

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