www.jn.ptjn.pt - 18 mar. 00:00

Pela Seiva, pelo Porto

Pela Seiva, pelo Porto

A partir de 1973, o Porto passou a dispor de uma instituição vocacionada para a afirmação e a renovação de uma das suas mais enraizadas actividades artísticas: o teatro. O teatro produzido por um conjunto de actores que, fundando a Seiva Trupe, protagonizaram, ao longo do último meio século, o confronto com um dos maiores desafios que se coloca aos criadores e às próprias políticas culturais.

Esse desafio, por vezes, ignorado pelos profetas da pós-modernidade, é o de conciliar a tradição com a inovação. Promovendo o cruzamento do melhor da nossa herança colectiva, com as transformações de uma sociedade em mutação.

Este constitui o legado da identidade da Seiva Trupe, na sua contribuição para o progresso e a qualificação da cidade. Através de uma presença que divulgou Brecht a par de Camilo, Júlio Dinis a par de Genet, Gil Vicente a par de Sófocles. O melhor do teatro de revista, com a erudição do teatro clássico.

E, como portuense, não posso deixar de assinalar factos inesquecíveis, para sempre gravados na memória do imaginário tripeiro. Refiro-me à notável sequência de espectáculos (que fizeram escola) iniciada com o magistral "Um Cálice de Porto", a que se seguiram "Uma Família do Porto", "Os Amorosos da Foz" e "Porto d"Honra".

A grandeza da história da Seiva Trupe, não pode ser menosprezada e ignorada. Meu pai, honrado republicano, dizia, a propósito das políticas que "com coisas sérias não se brinca". Adaptando aquela frase à situação criada pelo Terreiro do Paço à Seiva Trupe, direi que "com uma instituição como esta, não podem, nem deviam brincar".

* Professor e escritor

O AUTOR ESCREVE SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA

NewsItem [
pubDate=2023-03-18 01:00:00.0
, url=https://www.jn.pt/opiniao/convidados/pela-seiva-pelo-porto-16020977.html
, host=www.jn.pt
, wordCount=200
, contentCount=1
, socialActionCount=0
, slug=2023_03_18_826257425_pela-seiva-pelo-porto
, topics=[opinião, convidados]
, sections=[opiniao]
, score=0.000000]