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Brasil é o 5.º maior produtor de calçado no mundo, mas só exporta 15%

Brasil é o 5.º maior produtor de calçado no mundo, mas só exporta 15%

Indústrias brasileiras apostam cada vez mais na Europa, mas também há experiências portuguesas do outro lado do Atlântico

O Brasil é o quinto maior produtor mundial de calçado, atrás da China, Índia, Vietname e Indonésia, sendo responsável por 3,6% da produção mundial. Mas só exporta 15,3% do que produz, representando 0,6% das exportações totais de calçado em todo o mundo. Os países da América Latina e os Estados Unidos, pela sua proximidade, são destinos naturais das exportações brasileiras, mas a Europa é, cada vez mais, uma aposta de grandes marcas made in Brasil.

É o caso da Arezzo, um dos maiores grupos de calçado no país, que produz 20 milhões de pares de sapatos ao ano, mas só 20% saem das suas quatro fábricas, que dão emprego a mais de cinco mil pessoas. O restante é subcontratado. A empresa detém cerca de uma vintena de marcas distintas, como a Alexandre Birman, Arezzo ou a Schutz, dispondo de lojas nos Estados Unidos e na Europa. Além disso, detém a licença de produção e distribuição da americana Vans no Brasil.

Com sede em Campo Bom, Rio Grande do Sul, a Arezzo olha para o outro lado do Atlântico com grande atenção. "A Europa, como um todo, é um grande polo a ser explorado, embora não seja fácil a uma marca brasileira entrar no mercado. Mas mantemos a aposta constante e, aos poucos, vamos conquistando clientes", diz Luís Fernando Meurer, administrador da área produtiva. O custo dos transportes é uma desvantagem, pelo que a Arezzo está a estudar uma eventual parceria em Itália, que poderá passar mesmo pela aquisição de uma unidade produtiva.

Experiência portuguesa da Josefinas
O Rio Grande do Sul é, aliás, um dos principais polos da indústria brasileira do calçado, sendo o Inspiramais tido como o principal salão de inovação e design de materiais na América Latina. Há seis anos que os organizadores da Inspiramais trazem, a cada edição da feira, algumas dezenas de compradores internacionais. A portuguesa Josefinas foi uma das entidades internacionais convidadas a visitar a Inspiramais em 2021 e Joana Esteves, responsável da empresa, diz que foi uma "otima oportunidade para estreitar laços e partilhar experiências e conhecimento com empresas do mesmo setor". Mas não encontrou o que precisava. "Descobrimos matérias-primas e maquinaria que, não sendo as mais indicadas para o nosso processo artesanal, são uma boa alternativa para produtores de calçado que façam produção em série", explica.

Com sede em Braga e produção em São João da Madeira, a Josefinas está a completar este ano o seu 10.º aniversário, e "continua, orgulhosamente, a afirmar-se como uma marca digital portuguesa de calçado e malas de luxo, criada com o propósito vincado de inspirar e empoderar mulheres", acrescenta.

A marca, que exporta 40% da sua produção e chega já a mais de 160 países, é a escolha de "muitas celebridades e influencers" em todo o mundo. Joana Esteves assume a ambição de, nos próximos anos, a Josefinas se tornar "numa referência na moda a nível internacional, a par das grandes maisons".

No mercado europeu, destaque para a recente estreia da marca no marketplace do El Corte Inglès. E em estudo está a abertura de uma pop-up numa capital europeia, mas qual Joana Esteves não desvenda para já.

Multicouro otimista com o Brasil
Já há um ano, foi a vez da Multicouro visitar a Inspiramais, a convite da organização. Rodolfo Andrade gostou muito da experiência, que resultou já em negócios. "Com a guerra na Ucrânia, o mundo alterou-se e as questões cambiais também não ajudaram a que as coisas fluíssem com a mesma rapidez, mas há que dar tempo ao tempo", diz.

O administrador da empresa de São João da Madeira, que fatura três milhões e exporta couros para toda a Europa, mas também para a Coreia e Japão, garante: "O Brasil é um mercado muito interessante, que tem muito potencial, tanto como fornecedor ou cliente. Estamos muito interessados em trabalhar com eles". E quem sabe, no futuro, a Multicouro poderá, fruto da relação comercial estabelecida com o Brasil, vir a exportar os seus artigos para os mercados circundantes. "Acredito que é um país que poderá vir a valer muito, é preciso é trabalhá-lo".

A jornalista viajou a convite da Assintecal, com apoio da ApexBrasil

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