www.dinheirovivo.ptdinheirovivo.pt - 28 jan. 07:33

Os líderes do nosso descontentamento

Os líderes do nosso descontentamento

As recorrentes greves dos professores e de muitos serviços públicos são exemplo da falta de verdadeiros líderes no governo e sindicatos. Claro que são líderes legítimos, sufragados por eleições livres, mas o facto de o serem não traduz que sejam líderes por inteiro. A muitos falta pensamento estratégico, ficando-se pelo fácil e acessório, a outros falta aquela chama de carisma e bom senso capazes de atrair os seus representados para a concretização das metas possíveis a cada momento, havendo ainda quem não siga os modelos de comportamento mais desejáveis. Um líder verdadeiro sabe correr riscos, mas é prudente na avaliação dos propósitos e circunstâncias que lhe tragam o melhor resultado. Sem bons líderes não há inovação, desenvolvimento ou bem-estar.

As recorrentes greves dos professores e de muitos serviços públicos são exemplo da falta de verdadeiros líderes no governo e sindicatos. Claro que são líderes legítimos, sufragados por eleições livres, mas o facto de o serem não traduz que sejam líderes por inteiro. A muitos falta pensamento estratégico, ficando-se pelo fácil e acessório, a outros falta aquela chama de carisma e bom senso capazes de atrair os seus representados para a concretização das metas possíveis a cada momento, havendo ainda quem não siga os modelos de comportamento mais desejáveis. Um líder verdadeiro sabe correr riscos, mas é prudente na avaliação dos propósitos e circunstâncias que lhe tragam o melhor resultado.
Sem bons líderes não há inovação, desenvolvimento ou bem-estar.

Na economia, os líderes empresariais são geralmente menosprezados, tidos com mal preparados, exploradores, desprovidos de sentimento social, esquecendo que são eles que assumem riscos, promovem o emprego, criam riqueza e geram os impostos que sustentam os serviços públicos.

Já os líderes sindicais são sucessivamente reeleitos, sinal de apreciados, um enigma face aos fraquíssimos resultados que apresentam, diminuição de sindicalizados, influência marginal no setor privado, capacidade de agitação apenas no setor público, em que, pelos vistos, o Estado é o patrão explorador, mas que, contraditoriamente, exigem preservar.

No Governo, confunde-se liderança com habilidade. Habilidade em mascarar escândalos e prioridades, em fugir às responsabilidades, inventando inimigos ad-hoc e a esmo, nada resolvendo e tudo adiando, exemplo frisante, as greves dos professores.
Ao fim de sete anos, mantêm-se basicamente os mesmos problemas e o que as greves mostram é a verdadeira incapacidade dos líderes governamentais, mas também sindicais.

Enquistados nos mesmos diferendos, uns exigindo direitos exclusivos para a classe, ou misturando reivindicações sindicais com luta política (escola pública não é questão sindical), e outros não resolvendo razões de queixa básicas dos professores, mostram falta de liderança capaz de balancear os custos e benefícios da disputa.
Um dia, por cansaço, alguém gritará assine quem puder, o essencial ficará por resolver, mas todos, como no passado, cantarão vitória.

Eis os líderes do nosso descontentamento.

Economista

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