observador.ptobservador.pt - 28 jan. 20:11

PCP e BE criticam posição do Governo em relação aos professores

PCP e BE criticam posição do Governo em relação aos professores

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e a líder do BE, Catarina Martins, criticaram a posição do Governo no dia em que milhares de professores voltaram à rua em protesto.

Os líderes do PCP e do BE criticaram este sábado o Governo em relação aos professores, que se manifestaram em Lisboa e conseguiram ser recebidos em Belém. Para o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, a posição do Governo cria um “ambiente que não se justifica”. Já para a coordenadora do BE  “a ideia de que cabe aos professores em greve garantir funções essenciais” de apoio social nas escolas é uma “forma maliciosa” do executivo colocar em causa o direito à greve.

Em declarações à agência Lusa e RTP no final de uma iniciativa sobre saúde materna, em Lisboa, onde esteve durante cerca de duas horas a ouvir testemunhos de profissionais de saúde e mães, Paulo Raimundo foi questionado sobre a decisão desta sexta-feira do Tribunal Arbitral de fixar serviços mínimos a pedido do Governo, para a greve por tempo indeterminado de professores e não docentes.

Sobre se considera que esta decisão coloca em causa o direito à greve, como defendido por alguns sindicatos, Paulo Raimundo respondeu: “sim, acho que o Governo fez mal em ir por esse caminho”.

Temos dito isso várias vezes, o Governo fez mal em ir por esse caminho (…) está sempre a tempo de emendar o erro que tomou, acho que é um erro, está a criar um ambiente que não se justifica e esperemos que a intenção não seja ir mais longe”, avisou.

Interrogado, a título de exemplo, sobre o caso de crianças que apenas têm acesso a refeições nas escolas, Paulo Raimundo respondeu que é sensível a estas situações “dramáticas” mas salientou que estas têm “uma outra questão por trás que ainda é mais preocupante”.

Se as crianças o único sítio onde podem ter uma refeição é na escola, então esse é que é o problema de fundo que a gente precisa de resolver (…) Até é um bocadinho insultuoso o Governo argumentar com uma coisa dessas”, atirou.

O dirigente comunista insistiu na necessidade de fixar preços de bens essenciais como forma de “ajudar a esse problema”, algo que o executivo “não tem feito”.

Já a coordenadora do BE, numa publicação na rede social Twitter, defendeu que “a ideia de que cabe aos professores em greve garantir funções essenciais” de apoio social nas escolas é uma “forma maliciosa” do executivo colocar em causa o direito à greve.

A ideia de que cabe aos professores em greve garantir as funções essenciais de acolhimento e apoio social nas escolas é apenas uma forma maliciosa de o Governo colocar em causa o direito dos docentes à greve”, escreveu a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social ‘Twitter’.

No ‘tweet’, acompanhado por imagens de professores em protesto, a líder do BE acrescentou que “a educação não é serviço mínimo e a maioria absoluta não pode continuar a negar as condições básicas que as greves reclamam: carreiras e tempo de serviço respeitados, concursos transparentes, despesas de deslocação como noutras profissões, condições de trabalho”.

Professores e pessoal não docente manifestam-se em Lisboa, num protesto organizado pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) para exigir melhores condições de trabalho e salariais e contra os serviços mínimos nas escolas.

A marcha realizou-se entre o edifício do Ministério da Educação e a residência oficial do Presidente da República, local onde os primeiros manifestantes chegaram pouco depois das 16h15 gritando “está na hora de o Presidente vir cá fora”.

O Tribunal Arbitral decidiu fixar esta sexta-feira serviços mínimos, a pedido do Governo, para a greve por tempo indeterminado de professores e não docentes, que se prolonga desde dezembro, informou hoje o Ministério da Educação.

Em comunicado, o Ministério da Educação justificou o pedido de definição de serviços mínimos com a “duração e imprevisibilidade das greves decretadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) e consequências acumuladas para os alunos, no que concerne a sua proteção, alimentação e apoio em contextos de vulnerabilidade”.

Na semana passada, o STOP recusou a proposta da tutela de serviços mínimos que permitem ter as escolas abertas, dar refeições e acolher alunos com necessidades educativas especiais.

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