observador.ptObservador - 27 jan. 00:19

Tanques e outras armas ao serviço do progresso e da paz

Tanques e outras armas ao serviço do progresso e da paz

Haverá quem acredite na paz a qualquer preço. Mas quem o defende não teria armas para derrotar Hitler ou dissuadir Estaline. Nada me convence que Putin respeita outra linguagem que não a da força.

Não me recordo de ouvir falar tanto de tanques como nestes dias a respeito da hesitação alemã sobre mandar ou não tanques Leopard para ajudar a Ucrânia a defender-se. O Papa Francisco lamentava-se também nestes dias com a obsessão global com as armas. É o papel que lhe cabe, como uma voz profética pela paz de Cristo. Há certamente bens mais apetecíveis do que armas. Não há nada mais desejável do que a paz. No entanto, se alguma vez existiu uma época propícia ao desarmamento unilateral, não estamos a viver nela. Os Estados que queiram garantir uma paz segura às suas populações, condição da liberdade e da prosperidade, precisam de se armar e coligar, para dissuadir ameaças ou defenderem-se delas. As armas, e o esforço para as desenvolver e aperfeiçoar, também são um exemplo do papel paradoxal, mas bem real, da guerra no progresso humano. O que não significar que as armas, por si só, sejam a resposta para os problemas globais, ou uma garantia de vitória numa guerra.

Melhores armas, mas não só

Como animal, nós, homo sapiens, não somos propriamente o predador mais impressionante. O sucesso da nossa espécie resulta de termos desenvolvido a capacidade de atacar à distância de forma organizada e letal. A história da guerra tem sido a do progresso tecnológico constante com o objetivo de aumentar a distância e a eficácia do ataque e a segurança do atacante. Tem sido assim da lança e do arco e flecha até aos tanques, mísseis e drones.

As armas, porém, de pouco servem sem uma organização capaz de as utilizar com eficácia. O progresso associado à guerra não se limita às tecnologias de duplo uso, pensadas para o combate, mas que se revelaram úteis no dia-à-dia: de aviões a jato até ao micro-ondas e à internet. O desenvolvimento do próprio Estado e de métodos mais avançados de gestão é inseparável do esforço para se organizar com eficácia para a guerra.

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