visao.sapo.pt - 9 dez. 13:00
Visão | Acabar com a “Covid zero”? Mudar, de repente, de estratégia pode ter consequências dramáticas: 2,1 milhões de mortes
Visão | Acabar com a “Covid zero”? Mudar, de repente, de estratégia pode ter consequências dramáticas: 2,1 milhões de mortes
Os “Big Whites”, alcunha dada aos funcionários vestidos com macacões brancos de proteção contra o vírus que policiam os isolamentos, continuam nas ruas, de olhar vigilante e atento. Até quando, não se sabe
A China ficou presa à estratégia de “Covid zero”, insistindo em eliminar o vírus em vez de aprender a viver com ele, e a população cansou-se. Num país onde as manifestações públicas são raras, houve protestos inéditos de oposição ao regime. A fúria contra os confinamentos mais severos do mundo levou dezenas de pessoas à rua, enfrentando a autocracia do Partido Comunista Chinês e do seu líder, Xi Jinping, no poder desde 2012.
Cânticos como “abaixo o Partido Comunista Chinês, abaixo Xi Jinping” foram entoados em mais de 20 cidades, numa clara demonstração de descontentamento face à política anti-Covid seguida desde o início da pandemia. As folhas A4 em branco, empunhadas por muitos manifestantes, passaram a símbolo. “O papel branco representa tudo aquilo que queremos dizer mas não podemos”, disse um dos protestantes à Reuters. Foi esta a forma que arranjaram para fugir à censura das autoridades, evitando slogans proibidos. Aliás, as expressões “papel em branco” ou “folha em branco” rapidamente passaram a ser alvo de censura na internet local.