visao.sapo.ptMANUEL BARROS MOURA - 24 nov. 18:48

Visão | Portugal: Uma equipa com queda para o drama

Visão | Portugal: Uma equipa com queda para o drama

A Seleção Nacional entrou a vencer no Campeonato do Mundo do Qatar. João Félix, Bruno Fernandes e Otávio destacaram-se e Cristiano estabeleceu mais um recorde. Mas a quantidade de erros que a equipa cometeu foi arrepiante

Portugal tem razões para festejar a forma como a sua Seleção Nacional entrou no Campeonato do Mundo. A vitória por 3-2 frente ao Gana, aliada ao empate a zero entre Uruguai e Coreia do Sul, deixam a equipa na liderança isolada do Grupo H, uma excelente posição para conseguir a tão desejada qualificação para os oitavos de final da prova. Além da vitória, houve vários sinais bastante positivos, mas também erros que deverão ter deixado o selecionador Fernando Santos arrepiado. A forma como Portugal sofreu os dois golos é preocupante, pois nasceram de falhas claras de marcação e velocidade de toda a defesa, mas sobretudo de João Cancelo e Rúben Dias, os homens do lado direito do quarteto defensivo. Depois, mesmo antes do apito final, aquela desatenção do guarda-redes Diogo Costa é imperdoável e só por sorte não valeu a perda de dois pontos. A este nível, erros desta gravidade pagam-se caro. Outra equipa que não este Gana teria, com certeza, aproveitado.

Passado o susto, porém, há que realçar alguns aspetos importantes da vitória de Portugal. Desde logo, o golo de Cristiano Ronaldo, que fazem dele o único jogador a marcar em cinco fazes finais de campeonatos do mundo, mais um recorde que o pode libertar da pressão com que chegou a esta competição. Outro aspeto positivo em relação ao avançado português foi o facto de ter sido substituído e ter mantido, aparentemente, uma atitude mais coletiva durante todo o jogo. Não o vimos a pedir constantemente a bola nem se lhe viram os habituais trejeitos de frustração quando desperdiçou duas ocasiões claras para marcar na primeira parte. E isso foi importante para o resto da equipa, que se conseguiu soltar do peso do “melhor do mundo”. João Félix surgiu muito bem, sobretudo na segunda parte, participando em todos os lances de golo de Portugal. Bruno Fernandes esteve igualmente em grande forma, tal como Rúben Neves, este sobretudo enquanto teve o apoio de Otávio. O luso-brasileiro lesionou-se no segundo tempo e a equipa sentiu a falta da sua irreverência e da sua incansável capacidade de lutar pela posse de bola. Finalmente, a exibição de Bernardo Silva, que jogo como gosta, solto no terreno, foi competente, mas podia ter sido mais bem conseguida. Faltou-lhe espaço e irreverência para fazer a diferença.

Resumindo, Portugal deixou boas indicações nesta estreia. Deu sinais de que pode ser uma equipa menos focada e centrada apenas em CR7, mais coletiva, como muitos jogadores capazes de assumir a responsabilidade e mostrar serviço. Mas tem que corrigir a postura defensiva e entender que os jogos só se ganham no apito final. Esta queda para o drama é, além de desnecessária, muito perigosa.

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