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Utilizadores do IP3 e professores cobram prazo ao Governo

Utilizadores do IP3 e professores cobram prazo ao Governo

Quatro anos após lançamento da obra, lamentam que "só 18%" da requalificação da estrada entre Coimbra e Viseu esteja executada

Os utilizadores do Itinerário Principal 3 (IP3), estrada que liga Coimbra a Viseu, apontam que só 18% da obra de requalificação foi executada, quatro anos depois do seu lançamento. A reclamação foi assinalada pelos utentes numa "contra-inauguração" feita este sábado em Penacova, à qual se juntaram os professores, devido à afirmação que o primeiro-ministro fez aquando do lançamento da obra, justificando que, para se requalificar o IP3, a carreira docente não podia avançar.

"Ao fazer obra no IP3, estamos a decidir não fazer evoluções nas carreiras ou vencimentos dos professores". A frase foi dita a 2 de julho de 2018 por António Costa, aquando do lançamento da obra de requalificação do IP3, que tinha como prazo de execução quatro anos. Essa frase foi hoje lembrada pelos professores e utentes da estrada. "Queremos aqui dizer que, se o IP3 não avançou, não é por culpa dos professores, uma vez que também não houve evoluções na carreira docente", aponta o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira. O sindicalista afirma que o IP3 e a carreira docente "são almas gémeas em termos de degradação" e destaca que, daqui a quatro anos, a afirmação do primeiro-ministro poderá ter de ser diferente, "porque até lá já deverá deixar de haver professores. ".

Eduardo Ferreira, da Associação de Utentes e Sobreviventes do IP3, admite que acreditou na palavra do primeiro-ministro e assegura que a associação vai continuar a fazer pressão. "Esta é uma obra urgente, dada a mortalidade que continua a haver aqui. Estive há pouco num café em que a dona me disse que faz agora seis anos que a filha aqui morreu. Está na altura de cumprir os prazos e salvar vidas", considera.

A obra de requalificação do IP3 foi lançada a 2 de julho de 2018 por António Costa, numa extensão de 75 quilómetros e orçamentada em 134 milhões de euros. Eduardo Almeida sublinha que no distrito de Viseu ainda não foi feita qualquer intervenção. "Foi prolongado até 2024, mas tenho dúvidas que se cumpra esse prazo", entende.

Contra-inauguração

No protesto realizado este sábado, no nó da Espinheira, Penacova, houve um "contra-primeiro-ministro", devidamente caracterizado, que saudou os presentes para a "enésima primeira cerimónia de croquetes e propaganda". Depois de fazer contas, o "contra-primeiro-ministro" estimou que o IP3 iria estar concluído "em 40 anos, muito antes do descongelamento da carreira dos professores".

Os cerca de 100 manifestantes presentes no nó da Espinheira fizeram depois uma marcha lenta no IP3 até Souselas, Coimbra, numa viagem de cerca de 10 quilómetros.

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