jn.pt - 21 mai. 01:02
Catar 2022, um Mundial histórico para as mulheres
Catar 2022, um Mundial histórico para as mulheres
A FIFA deu mais um passo importante para acabar com certos tabus no futebol. Pela primeira vez, poderemos ter mulheres a arbitrar jogos num Campeonato do Mundo de homens e logo num país, o Catar, que social e culturalmente as continua a menorizar.
Entre 21 de novembro e 18 de dezembro de 2022, se os crescentes tambores da guerra o deixarem, os olhares de quem gosta de futebol vão estar centrados neste Mundial jogado em data singular e, sobretudo, nas árbitras Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda) e Yoshimi Yamashita (Japão).
Mas a representação feminina na arbitragem no Catar não se esgota nestas três mulheres, pois há mais três pioneiras - Neuza Back (Brasil), Karen Diaz Medina (México) e Kathryn Nesbitt (Estados Unidos) - entre os 69 árbitros assistentes. São boas novas para a arbitragem e para as mulheres, à conquista de um mundo no qual os preconceitos ainda predominam entre os adeptos, os jogadores e os homens do apito.
Mas a lista divulgada pela FIFA é também um motivo de preocupação para... Portugal. Dos 36 árbitros principais, 69 assistentes e 24 vídeoárbitros, nenhum deles é português. O último a estar num Campeonato do Mundo continua a ser Pedro Proença, o atual presidente da Liga Portugal, que esteve no Mundial do Brasil, em 2014. Como a FIFA diz, pela voz de Pierluigi Collina, que o primeiro critério na seleção foi a qualidade, esta ausência só vem confirmar aquilo que os jogos das nossas ligas profissionais nos têm vindo a mostrar: a fraca qualidade da generalidade dos árbitros nacionais, por muito que a APAF diga o contrário. Onde está o problema? Sinceramente, não sei. O que sei é que a inexistência de árbitros portugueses no Catar não é, seguramente, por falta de investimento da FPF, que tudo tem feito para dar as melhores condições, técnicas e financeiras, aos homens e às mulheres que sonham estar nos grandes palcos mundiais.
*Editor-adjunto