observador.pt - 26 jan. 00:56
Volkswagen e Bosch vão desenvolver em conjunto sistemas de condução autónoma
Volkswagen e Bosch vão desenvolver em conjunto sistemas de condução autónoma
Destinados ao conjunto dos modelos da marca, do Volkswagen Polo até ao Lamborghini, estes sistemas também vão ficar disponíveis a outros construtores, clientes da Bosch.
O construtor automóvel alemão Volkswagen e o produtor de equipamentos Bosch anunciaram esta terça-feira uma parceria para desenvolver sistemas de condução autónoma até 2023, área em que a norte-americana Tesla conta com avanço.
A filial de programação informática da VW, Cariad, vai desenvolver com a Bosch “funcionalidades que permitam aos condutores tirar as suas mãos do volante temporariamente”, detalharam os dois grupos, em comunicado.
Os dois parceiros declaram apostar em “levar a engenharia informática alemã a um novo nível” de perícia na condução autónoma, afirmou o presidente da Cariad, Dirk Hilgenberg, durante uma teleconferência.
“A velocidade é essencial” e “sabe-se que só há um único concorrente no mercado”, acrescentou.
O presidente da VW, Volkswagen, Herbert Diess, preparava em novembro o conglomerado para uma “revolução” que lhe permitisse enfrentar a concorrência da Tesla.
A empresa norte-americana já reúne uma quantidade muito grande de informação com as suas centenas de milhares de veículos em circulação, ligados em rede, o que lhe permite inovar mais depressa nos programas de assistência à condução.
Por seu lado, a VW e a Bosch vão trabalhar a partir de informação reunida “com a ajuda de uma das maiores frotas de veículos conectados do mundo”, que oferece “uma enorme base de dados para levar os níveis de condução autónoma a um nível superior“, disse Mathias Pillin, responsável do desenvolvimento informático na Bosch.
A VW e a Cariad visam desde já os designados sistemas de condução autónoma de nível 2, que permitem ao condutor largar momentaneamente o volante, mas permanecendo atento, “na cidade, no campo e na autoestrada”.
Os dois parceiros vão desenvolver também um sistema de nível 3 para a autoestrada.
Este nível de autonomia, o mais avançado atualmente, disponível em algumas viaturas topo de gama, permite ao condutor desviar o olhar da estrada e ceder ao veículo a totalidade da condução.
O condutor guarda, contudo, a possibilidade de recuperar o controlo a todo o momento e tem de intervir num determinado período de tempo, se o veículo o solicitar.
A possibilidade de desenvolver um sistema de conduta inteiramente automatizada, de nível 4, vai ser “avaliada”.
O potencial da viatura autónoma é enorme. A consultora McKinsey estima que em 2030 quase dois terços (64%) dos veículos vendidos vão ter funções autónomas de nível 2 ou mais.