jornaleconomico.ptjornaleconomico.pt - 25 jan. 18:00

Perceção global da corrupção não melhora há dez anos consecutivos. Portugal ocupa a 32ª posição

Perceção global da corrupção não melhora há dez anos consecutivos. Portugal ocupa a 32ª posição

Pelo menos 27 países atingiram em mínimos históricos no índice da Transparência Internacional. Portugal está na 32ª posição em 180 países e territórios internacionalmente monitorizados.

O Índice de Perceção de Corrupção de 2021 (CPI) divulgado esta terça-feira pela Transparência Internacional mostra que os níveis de corrupção permanecem estagnados em todo o mundo, com 86% dos países a fazerem pouco ou nenhum progresso nos últimos 10 anos.

A Transparência Internacional “encontrou países que violam as liberdades civis consistentemente com pontuações mais baixas no CPI. A complacência no combate à corrupção exacerba os abusos dos direitos humanos e mina a democracia, desencadeando uma espiral negativa. À medida que esses direitos e liberdades se desgastam e a democracia declina, o autoritarismo toma o seu lugar, contribuindo para níveis ainda mais altos de corrupção”, refere a organização em comunicado.

O CPI classifica 180 países e territórios pelos seus níveis percecionados de corrupção no sector público numa escala de zero (altamente corrupto) a 100 (nada corrupto).

A média global do IPC permanece inalterada nos 43 pontos pelo décimo ano consecutivo, e dois terços dos países pontuam abaixo de 50.

Os países mais bem cotados do Índice são a Dinamarca (88), Finlândia (88, atingindo o topo este ano) e Nova Zelândia (88), todos eles igualmente constantes do top dos do Índice de Democracia. Do outro lado estão a Somália (13), Síria (13) e Sudão do Sul (11). A Síria também ocupa o último lugar em termos das liberdades civis (a Somália e o Sudão do Sul não são classificados).

O CPI revela ainda que 27 países – entre eles Chipre (53), Líbano (24) e Honduras (23) – estão todos em mínimos históricos este ano. Refira-se que, na última década, 154 países diminuíram ou não fizeram nenhum progresso significativo e que, desde 2012, 23 países caíram significativamente no CPI – incluindo economias avançadas como a Austrália (73), Canadá (74) e Estados Unidos (67) – que este ano saiu dos 25 principais países do Índice pela primeira vez.

Dos 23 países cuja pontuação do CPI diminuiu significativamente desde 2012, 19 também diminuíram na pontuação das liberdades civis. Por outro lado, 25 países melhoraram significativamente as suas pontuações, incluindo a Estónia (74), Seychelles (70) e Arménia (49).

No caso de Portugal, o CPI melhorou um ponto entre 2020 e 2021, tendo passado de 61 para 62 pontos, o que coloca o país na 32ª posição em 180.

Delia Ferreira Rubio, presidente da Transparência Internacional, disse, citada pelo comunicado, que “abordagens autoritárias destroem mecanismos de compensação independentes e tornam os esforços anticorrupção dependentes dos caprichos de uma elite. Garantir que as pessoas possam falar livremente e trabalhar coletivamente para responsabilizar o poder é o único caminho sustentável para uma sociedade livre de corrupção”.

Desde a sua criação em 1995, o Índice de Perceção da Corrupção tornou-se o principal indicador global do sector público.

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