www.publico.ptpublico.pt - 26 out. 18:57

Cartas ao director

Cartas ao director

Os Politburos

Já se compreendeu que os partidos à esquerda decidiram extremar posições brincando com o pouco que sobrará no futuro de muitas famílias.

Os portugueses, em 2021, com o empobrecimento mundial causado pela pandemia e que se manifestará a sério agora, quando os bens essenciais se racionarem e encarecerem em catadupa, não imaginavam que, não saídos dessa triste realidade, e ainda com as memórias frescas de 2011-2015, houvesse partidos que colocassem ideologia à frente de uma parca e ténue estabilidade e de um patamar de defesa da extrema-direita e da selvajaria liberal.

A cada dia, parece mais longínquo o atenuar da diferença entre quem madruga para trabalhar e quem madruga eivado de energia para lutas palacianas, em representação de uma minoria de cidadãos que lhes depositou o voto. Avisadas vozes sempre nos disseram: ao povo uns grãos de comida, que o Politburo continua insaciado de tudo quanto o mundo lhe pode dar. A ideologia é um luxo caro, e é preciso pagá-lo. Estamos fartos dos Politburos de todos quadrantes. Pensem que, muito em breve, não terão votos nenhuns, pois os vossos mandatos podem ser uma ilusão que as leis permitem enquanto a realidade crua e dura não as reescrever.

Rui Augusto, Sesimbra

OE 2022

Já várias vozes críticas têm frequentemente alertado que o “petróleo” de Portugal nestas últimas décadas têm sido os fundos estruturais vindos da União Europeia. Sucessivos foram os fundos para a coesão económica e social, seguem-se agora os fundos para o Plano de Recuperação e Resiliência. Como a sua “cotação” está em alta, entenda-se os fundos, reivindica-se inúmeras medidas demagógicas aumentando desmesuradamente a despesa pública sem a sua devida futura sustentação com o crescimento económico do país. A chantagem das medidas políticas do BE e PCP para a aprovação do OE 2022 é a prova disso mesmo.

Fernando Ribeiro, São João da Madeira     

IVAucher – uma moeda virtual

Com o agravamento galopante da carga fiscal, mormente com o desmesurado aumento dos combustíveis, acaba de surgir uma moeda virtual no mundo lusitano. O anúncio da referida criptomoeda foi feito pelo ministro das Finanças, João Leão. Agora, o modo burocrático para a pôr em prática não é muito fácil, pois nem todos os possíveis beneficiários das mesmas transacções têm meios electrónicos capazes de tão prática resolução. Vamos ver em que é que tudo isto vai dar.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Concertação Social

É suposto a Concertação Social ser um fórum onde o Governo, os representantes dos patrões e os representantes dos trabalhadores apresentam os seus pontos de vista sobre o trabalho/emprego. Não foi eleito pelos portugueses para decidir nada, cabe ao governo tirar ilações e decidir ou submeter a sua opinião à Assembleia da República onde estão isso sim os representantes do povo português.

Em democracia é normal o ganhar e o perder, o anormal é não aceitar a decisão dos eleitos pelos eleitores. A história diz-nos que quando as partes estão cristalizadas, tanto faz ser época de vacas gordas como época de vacas magras, a narrativa é a mesma invariavelmente.

A CGTP já por várias vezes abandonou a Concertação Social e o mundo não acabou, com as confederações patronais será mais do mesmo, a vida não acabará. Sendo para consultar as partes, o melhor será os governos reunirem-se numa manhã com os patrões e de tarde com os trabalhadores e no dia seguinte tirar ilações. Fazer da reunião a três um leilão só para inglês ver é chover no molhado.

Américo Leite, Porto

Ricciardi

Criar um banco [José Maria Ricciardi disse ontem do PÚBLICO que quer criar um banco para recuperar o nome dos Espírito Santo]? Cristina Ferreira esqueceu-se de fazer a pergunta do milhão: acha que o seu nome passa no escrutínio do Banco de Portugal (aí até admito que sim) e no do Banco Central Europeu (aí acredito firmemente que não), e que lhe acreditam a idoneidade para ser dono de um banco e geri-lo? 

José de Sousa, Vila Nova de Gaia

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