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O que vamos ver a seguir?

O que vamos ver a seguir?

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O Netflix foi uma das estrelas pandémicas. Já antes sinónimo de relaxar no sofá, deu azo a piadas batidas em tempos de confinamento (“Já cheguei ao fim do Netflix”, disseram mais do que um apresentador de talk show). 

A recente apresentação de resultados mostra que continua a ser a grande plataforma de streaming de filmes e séries – mas o crescimento abrandou. É uma consequência do fim das medidas de confinamento e também da concorrência crescente.

A empresa conseguiu 1,5 milhões de novos assinantes no último trimestre, uma subida de 8% em termos anuais. No segundo trimestre do ano passado, logo após o eclodir da pandemia, as assinaturas tinham disparado 27%.

O Netflix perdeu assinantes nos EUA e Canadá, o que foi compensado com ganhos no resto do mundo. Porém, o que acontece na América tende a replicar-se noutras regiões, em particular na Europa. Da Amazon à Apple, da HBO à Disney, a corrida pela assinatura é feroz

Por outro lado, as contas da Alphabet (o grupo de empresas do universo Google) revelaram que as receitas com publicidade no YouTube dispararam 83%. Quem usa a plataforma já terá reparado que os anúncios são cada vez mais frequentes. 

Mas há um número mais interessante nos relatórios trimestrais: o Netflix e o YouTube têm quase a mesma facturação; respectivamente, 7,3 mil milhões de dólares e sete mil milhões. A manter este ritmo, o negócio do YouTube será em breve maior do que o da maior plataforma de streaming pago. 

Os números do YouTube – bem como o sucesso do Twitch, a plataforma de streaming vocacionada para videojogos – significam que cada vez mais amadores (eventualmente, transformados em profissionais) podem criar vídeos de todo o tipo. Em muitos casos, as marcas parecem não ter pejo em associar-se a conteúdo que mal controlam, balizado apenas pelas regras do YouTube sobre imagens de cariz sexual e linguagem ofensiva. 

No extremo oposto das produções cuidadas no Netflix, o YouTube é o triunfo do amadorismo – e, modelos de negócio à parte, essa é a grande transformação.

Digno de nota

- O Politico, um influente site noticioso, tentou vender a publicação de conteúdos pagos ao Governo português, aquando da presidência da União Europeia, tal como já tinha feito a outros governos. O Governo português, ao contrário de outros, não aceitou. O episódio, detalhado pela Bárbara Reis, ilustra as fronteiras difusas da publicidade, da propaganda e do jornalismo na era digital. É reveladora a frase do director de uma agência de publicidade citado no artigo: “O brand content não é demoníaco e ajuda o consumidor a tomar decisões. São artigos que simulam jornalismo, artigos em busca dessa réstia de credibilidade que os jornais têm e que estão na fronteira entre publicidade e conteúdo.”

- O mundo precisa de uma nova convenção de Genebra que trace limites para os ciberataques, defende o veterano jornalista do New York Times David Sanger. Sanger conversou com a Karla Pequenino a propósito do lançamento em Portugal do seu livro Arma Perfeita - Guerra, Sabotagem e Medo na Era da Ciberguerra (ed. Casa das Letras). Pode ler aqui a entrevista completa.

- Para os tempos tendencialmente mais livres de Agosto, uma longa leitura dos arquivos da Wired, sobre “o declínio devastador de um jovem programador brilhante”. É a história de Lee Holloway, um dos co-fundadores da Cloudflare, uma importante empresa de infraestrutura da Internet (e que esteve nas notícias em Portugal por serviços prestados ao INE). Mas esta não é a típica história de um empreendedor tecnológico; aliás, tem muito pouco a ver com tecnologia. 

4.0 é uma newsletter sobre inovação, tecnologia e o futuro. Comentários e sugestões podem ser enviados para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.

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