observador.ptobservador.pt - 4 mar. 20:58

Comissão da Carteira dos jornalistas acusa a campanha de Ventura de ameaças à liberdade de expressão

Comissão da Carteira dos jornalistas acusa a campanha de Ventura de ameaças à liberdade de expressão

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista decidiu enviar aos órgãos de soberania um documento onde condena a campanha presidencial de André Ve...

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) decidiu enviar aos órgãos de soberania um relatório sobre a campanha presidencial de André Ventura (Chega) que condena o “clima de ameaças à liberdade de expressão e de informação”.

Segundo comunicado daquela entidade, o documento, elaborado após audição de sete jornalistas dos mais de 20 que cobriram as duas semanas de campanha — entre jornalistas e repórteres de imagem (vídeo e foto) —, vai ser remetido ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, à procuradora-geral da República, à provedora de Justiça, à Comissão Nacional de Eleições, à Entidade Reguladora para a Comunicação Social e ao Sindicato dos Jornalistas.

A CCPJ conclui que “foi notório e foi notícia o clima de ameaças à liberdade de expressão, de informação e de manifestação vivido na campanha do candidato André Ventura, presidente do partido Chega” e adianta ter sido contactada sobre o assunto “pela missão da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), que estava a acompanhar a campanha eleitoral a convite do Governo português”.

As ameaças não foram apenas presenciais. Nas redes sociais, o tom usado por alguns apoiantes e por, pelo menos, um dirigente do Chega é passível de ser enquadrado como crime. Nas redes sociais, o discurso de ódio é uma constante e algumas jornalistas chegaram a receber ameaças diretas. Presencialmente também, sobretudo no jantar de Braga”, lê-se no texto da CCPJ.

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A entidade que emite as carteiras profissionais dos jornalistas em Portugal continua: “em vários momentos, (os repórteres no local) perceberam que as coisas podiam correr mal devido aos protestos recorrentes, em várias cidades, de manifestantes anti-Chega, e foi isso mesmo que aconteceu em Setúbal, já quase no fim da campanha”.

“Todos os jornalistas ouvidos têm dúvidas sobre o que de facto aconteceu naquela tarde e que terminou com uma limpeza de rua e uma carga policial sobre alguns manifestantes. Nenhum jornalista diz ter assistido à chuva de pedras relatada nas televisões pelo comandante distrital de Setúbal”, declara-se no comunicado da CCPJ.

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