Vítor Rainho - 7 jul. 09:54
A caça miserável à multa na estrada
A caça miserável à multa na estrada
O Governo de António Costa decidiu que a estrada é o melhor caminho para chegar ao dinheiro dos contribuintes.
Os tempos eram outros, mas a vontade era a mesma. Cavaco Silva era o primeiro-ministro, Dias Loureiro, o ministro da Administração Interna, e Carlos Encarnação e Carlos Loureiro eram os secretários de Estado. Recordo-me que na altura se falava muito da carta por pontos – que muitos anos mais tarde veio a tornar-se realidade – e na hipótese de se multar os condutores que faziam as autoestradas em excesso de velocidade. O esquema era muito simples. Imaginemos que o Joaquim, um nome muito português, entrava na A2 às 14 horas e saía no final da mesma às 15h15. Mesmo um taralhouco em matemática percebia facilmente que tinha feito os 230 quilómetros a uma média superior aos 120 quilómetros por hora. O Joaquim receberia depois uma notificação em casa para pagar a multa, onde apareceria o valor a pagar e o tempo de inibição de conduzir, já que o tempo que tinha levado para cumprir a distância seria inferior aos 120 quilómetros por hora permitidos por lei. Tal intenção nunca foi para a frente porque nenhum governante – nem mesmo Cavaco Silva – queria “violar” a vida privada de cada um, estando o Estado a espiolhar as horas dos seus cidadãos. Tantos anos depois – dos anos 90 –, o Governo de António Costa decidiu que a estrada é o melhor caminho para chegar ao dinheiro dos contribuintes.
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