expresso.pt - 29 mai. 16:29
A Justiça sob a lei da máscara
A Justiça sob a lei da máscara
Há juízes que não vão voltar aos tribunais porque integram grupos de risco, salas que não vão abrir por falta de espaço e julgamentos feitos na cadeia. Mas mesmo assim está “tudo pronto” para o desconfinamento
Há uma nova lei a imperar nas salas de audiência dos tribunais portugueses: a da máscara, que obriga todos os intervenientes nos processos judicias a usar proteção contra o novo coronavírus assim que entram num tribunal. Na última quarta-feira, a sala grande do Campus da Justiça, em Lisboa, era a imagem exata de como os julgamentos vão passar a funcionar depois de o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ter promulgado o diploma que vai desconfinar os tribunais portugueses e acabar com a suspensão dos prazos processuais: todos os presentes — dos advogados aos juízes, passando pelos oficiais de justiça e pelos arguidos — usavam máscaras de proteção para evitar o contágio de covid 19 e estavam sentados a uns mal medidos dois metros de distância. No início, as máscaras estão impecavelmente postas, a tapar o nariz e a boca; mas com o decorrer do tempo, entra em ação outra lei, a da gravidade, que associada ao calor e à dificuldade em respirar puxa a máscara para baixo, deixando o nariz de fora.
A advogada de um dos arguidos acusados de planearem e executarem o apagão informático do 25 de abril de 2015 tentava interrogar o inspetor da PJ responsável pela investigação que levou à detenção do grupo de hackers. Mas como o microfone não estava a funcionar bem, as perguntas não se ouviam e a advogada tentou a sorte: “Posso tirar a máscara?”
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