expresso.ptexpresso.pt - 30 mar. 14:25

Restrições vão ser prolongadas. Costa fala no "mês mais crítico" e da necessidade de "unidade nacional"

Restrições vão ser prolongadas. Costa fala no "mês mais crítico" e da necessidade de "unidade nacional"

O primeiro-ministro pede organização na solidariedade para que donativos cheguem aos locais onde são precisos.

Mais do que governo de "salvação nacional", António Costa prefere "unidade nacional" nesta altura. O primeiro-ministro quer deixar para mais tarde as discussões sobre as formas políticas, não se "consumindo" com esses debates. Foi assim que chutou para canto um eventual governo de salvação nacional para fazer face a esta emergência.

A discussão surgiu depois de Rui Rio ter feito umas declarações dúbias sobre o assunto numa entrevista à RTP, dizendo que seria preciso um governo de salvação nacional, ou seja, para salvar o país, não fica claro que estivesse necessariamente a falar de um governo de bloco central. Costa, que diz que não ouviu a entrevista e, em declarações aos jornalistas depois de uma visita ao Hospital Militar de Belém, que servirá de background para receber casos de Covid-19 caso seja necessário, disse que não é assunto que o consuma por agora. "Esse sentido de salvação e unidade nacional tem existido na sociedade portuguesa. Não devemos consumirmo-nos a fazer essas discussões políticas", referiu.

No imediato, o que vai estar em cima da mesa é o prolongamento do estado de emergência. A decisão cabe ao Presidente da República e tem de ser aprovada depois na Assembleia da República, mas tendo em conta os cenários que estão em cima da mesa, o primeiro-ministro não tem dúvidas que as medidas de restrição serão prolongadas. "Creio que, sem fazer futurologia, o que é expectável é que, sabendo nós que temos tido sucesso felizmente em baixar o pico desta pandemia - ou seja, o momento em que o maior número de pessoas estará infetado -, mas ao mesmo tempo prolongando a duração desta pandemia, isto significa que vamos ter que prolongar também as medidas que têm vindo a ser adotadas, com estado de emergência ou sem estado de emergência", disse.

O Governo vai analisar, tal como o Expresso escreveu no fim de semana, os dados deste primeiro fim de semana para verificar ser serão precisos alguns ajustes ao decreto-lei do Governo que regulamenta o estado de emergência. Ou seja, se é necessário clarificar ou não as restrições à circulação, por exemplo. Tudo com olhos postos na Páscoa.

Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro deixou o alerta, que "vamos entrar no mês mais crítico" da epidemia em Portugal e que é por isso preciso não aliviar o garrote das medidas de distanciamento social. "Vai ter que ser mesmo uma Páscoa diferente", disse. As "pessoas não podem ir à terra", nem podem ir ao Algarve, não podendo as famílias celebrar esta quadra festiva "todas reunidas". É um sacrifício "essencial para nos salvarmos a todos", disse. Declarações semelhantes às feitas pela ministra Mariana Vieira da Silva em entrevista ao Expresso. Pode ler aqui e também aqui.

Outro dos pontos que está a preocupar o Governo prende-se com a organização dos diversos donativos que estão a ser feitos. António Costa pediu que estes sejam centralizados para que o material chegue aos locais onde são mesmo precisos.

Nestas comunicações que faz, António Costa tem insistido na mensagem de pedir aos portugueses para ficarem em casa e respeitarem as medidas de distanciamento e isolamento social. "A melhor forma de estarmos juntos neste momento é estarmos mesmo separados", acrescentou.

NewsItem [
pubDate=2020-03-30 15:25:45.0
, url=https://expresso.pt/politica/2020-03-30-Restricoes-vao-ser-prolongadas.-Costa-fala-no-mes-mais-critico-e-da-necessidade-de-unidade-nacional
, host=expresso.pt
, wordCount=525
, contentCount=1
, socialActionCount=0
, slug=2020_03_30_1473869165_restricoes-vao-ser-prolongadas-costa-fala-no-mes-mais-critico-e-da-necessidade-de-unidade-nacional
, topics=[política]
, sections=[actualidade]
, score=0.000000]