dinheirovivo.pt - 28 jan. 12:54
Airbus anuncia princípio de acordo com Paris, Londres e Washington
Airbus anuncia princípio de acordo com Paris, Londres e Washington
Qualquer compromisso terá de ser aprovado pelos tribunais dos três países e pelo regulador dos Estados Unidos.
O grupo aeronáutico europeu Airbus anunciou hoje que chegou a um princípio de acordo com as autoridades judiciais de França, Reino Unido e Estados Unidos em relação às investigações contra a empresa por suspeita de subornos e corrupção.
Num comunicado, a Airbus precisou que este caso se refere a um possível incumprimento da normativa norte-americana sobre os regulamentos sobre o tráfico internacional de armas (International Traffic in Arms Regulations, ITAR).
Ainda que já haja este princípio de acordo, adianta a Airbus, qualquer compromisso deve ser aprovado pelos tribunais dos três países e pelo regulador dos Estados Unidos.
O comunicado da Airbus não precisa os termos do acordo, mas analistas citados pelo Financial Times calculam que o gigante aeronáutico europeu poderia ter de pagar multas superiores a 3.000 milhões de euros. Se se confirmar este valor é equivalente ao lucro líquido obtido pela Airbus em 2018.
Este caso, que ameaça o gigante aeronáutico, com 134.000 trabalhadores e grande contribuinte líquido para o comércio externo da Alemanha e da França, contribuiu para a mudança da equipa dirigente do grupo europeu.
Este assunto remonta a 2014 e refere-se a uma série de omissões e inexatidões sobre a identificação e o papel de alguns intermediários que intervieram à conta da Airbus para conseguir contratos civis e militares.
O fundo da questão é que, ao receber créditos para a exportação de agências governamentais na Europa, a Airbus era obrigada a mencionar os intermediários envolvidos nos seus contratos e se não o fizesse expunha-se a processos penais.
A Airbus decidiu suspender a utilização de consultores e adotou uma operação de transparência para procurar uma saída negociada com as autoridades dos países para evitar uma condenação.
Nos Estados Unidos, o departamento de Justiça também abriu um processo por uma possível infração da regulamentação sobre a venda de armas.