visao.sapo.pt - 13 nov. 14:58
NASA e nazis: como a agência espacial teve de mudar o nome de um corpo celeste
NASA e nazis: como a agência espacial teve de mudar o nome de um corpo celeste
A NASA decidiu batizar de Ulthima Thule o corpo mais distante visitado por uma nave. O nome causou reações inesperadas devido a associações a Hitler
Ultima Thule, o corpo cósmico mais distante alguma vez visitado por uma nave espacial, teve o seu nome mudado para “Arrokoth”, que significa “céu” na língua indígena Powhatan, devido a conotações nazis associadas ao nome anterior.
A rocha gelada, que orbita no Cinturão de Kuiper, a 1,6 mil milhões de quilómetros para lá de Plutão, foi investigada pela nave espacial New Horizons, da NASA, em janeiro. Imagens mostram o formato do corpo, composto por duas esferas na vertical, assemelhando-se a um boneco de neve.
A sua designação técnica é MU69 2014, mas a equipa da New Horizons começou por apelidar o corpo de Ultima Thule, o nome de uma terra mítica do norte, descrita na literatura europeia clássica e medieval como “além das fronteiras do mundo conhecido”. No entanto, o nome provocou controvérsia por ter sido usado, no início do século XX, por alemães de extrema-direita. Membros da Sociedade Thule fundaram um partido político que evoluiu para o partido nazi de Adolf Hitler, e o termo permanece popular nos círculos de extrema direita.
“Arrokoth reflete a inspiração de olhar para o céu e pensar sobre as estrelas e mundos além do nosso”, disse o investigador Alan Stern, numa declaração a anunciar a mudança de nome.
Arrakoth é um exemplo de um “objeto clássico frio” que permaneceu imperturbável desde que o Sistema Solar se formou, há cerca de 4,5 mil milhões de anos atrás. O novo nome foi anunciado numa cerimónia na sede da NASA na terça-feira.
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