expresso.ptexpresso.pt - 19 out. 10:25

Presidência da UE não tem de ser uma “fatalidade” para Costa

Presidência da UE não tem de ser uma “fatalidade” para Costa

Supernúcleo político quer contrariar a história e evitar que a governação desacelere por causa da presidência europeia

Se há uma regra sobre as presidências portuguesas da União Europeia, é que costuma ser infeliz — e quase sempre malsucedido — o regresso do primeiro-ministro à realidade nacional depois de um semestre a discutir a alta política internacional com os grandes do mundo. Não só os chefes do Governo voltam noutro comprimento de onda, como o partido, e o Governo, costumam ressentir-se desse afastamento. Quando acabou a primeira presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre de 1992, Cavaco Silva não escondia o enfado com que olhava para as questiúnculas internas. Foi o princípio do fim do cavaquismo, de acordo com os biógrafos da coisa. O mesmo sucedeu com António Guterres, em 2000 — no final do ano seguinte bateu com a porta, para se distanciar do “pântano”. José Sócrates foi o primeiro a sobreviver ao teste — assumiu a presidência do Conselho de UE no segundo semestre de 2007, conseguiu a aprovação do Tratado de Lisboa, e voltou aos comandos da governação sem sobressaltos. “Porreiro, pá!” Mas Sócrates beneficiou de estar fresco no cargo, ainda com pouco desgaste, a meio do primeiro mandato; Cavaco estava na segunda maioria absoluta, Guterres estava na segunda legislatura — como António Costa.

Ao montar as peças do seu segundo Governo, e com uma presidência portuguesa da UE a meio do mandato, no início de 2021, António Costa teve em conta a história e a sua memória do Governo de Guterres, onde era ministro. O reforço do núcleo político do Executivo, conforme o Expresso havia antecipado, foi a forma de o primeiro-ministro precaver o défice de liderança que costuma afetar os governos durante as presidências da União. “Não tem de ser uma fatalidade que o pós-presidência da UE seja um problema para o Governo”, diz ao Expresso um elemento do núcleo duro do Executivo.

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