visao.sapo.ptvisao.sapo.pt - 15 set. 09:00

Em Lisboa e no Porto, à procura do “very typical”

Em Lisboa e no Porto, à procura do “very typical”

Visitámos uma vila operária de Lisboa e duas “ilhas” do Porto para saber como convivem os moradores mais antigos com os novos, e principalmente com os turistas e as transformações que estes trouxeram. Afinal, a gentrificação também passa por aqui?
LISBOA Na vila operária ao som dos tuk-tuks

A Vila Berta, afamada durante o Santo António, soube integrar moradores antigos, turistas e novas gerações

Na rua de cima, o vaivém de turistas, ora de tuk-tuk ora a pé, à procura das melhores vistas da Graça e da Senhora do Monte, torna o bulício em pleno coração da freguesia de São Vicente interminável. Mas basta descer à centenária Vila Berta para reduzir o frenesim e desfrutar da calmaria de uma rua que, em junho, nos Santos Populares, recebe milhares de pessoas num dos arraiais mais cool da cidade. Projetada pelo arquiteto e industrial Joaquim Tojal, que dos cinco filhos que teve deu à rua o nome da única rapariga, a Vila Berta funciona como um pequeno bairro dentro do bairro histórico da Graça, e quem ali mora de uma coisa tem a certeza: não quer sair tão depressa. Os moradores mais antigos convivem com as novas famílias que chegam, e ninguém se incomoda com os turistas que apenas ficam por duas ou três noites no alojamento local, levando na bagagem a experiência do que é ser very typical na capital portuguesa.

Em 1908, o trisavô de André Tojal comprou a Quinta do Alcaide Fidalgo e começou por construir o casarão principal, todo branco, decorado pelo rosa-vivo da buganvília. A quinta era o estaleiro da sua empresa de construção civil e, com capitais próprios, projetou a Vila Berta, pensada, inicialmente, para dar rendimento, e cujos portões, até aos anos 1940, a tornaram privada. Os prédios de três andares dos números ímpares, do lado direito de quem entra pela Rua do Sol à Graça, foram feitos a pensar numa burguesia mais endinheirada, por isso tinham terraço, à frente e atrás, ou varanda para a frente ou varanda para as traseiras, com uma nesga de vista para o rio. Já as casas do outro lado da rua, mais modestas e que acabaram por ser destinadas aos funcionários da empresa, eram mais pequenas, com menos luz mas também com rendas mais baixas. O contrato de arrendamento mais antigo, até agora encontrado pelos descendentes de Joaquim Tojal, é de dezembro de 1910, por três mil, setecentos e cinquenta réis mensais.

O burburinho dos turistas
André Tojal, 38 anos, cujos filhos já são a sexta geração da família, lembra-se dos tempos em que ouvia grandes reprimendas pelas boladas dadas contra as paredes dos prédios, os vidros partidos ou os balões de água atirados no Carnaval. Mas desengane-se quem pensa que hoje a Vila Berta não tem infância. São mais de 15 as crianças nos 81 fogos, desde recém-nascidos com apenas dois meses. Apesar de o trânsito ser exclusivo para moradores, os tuk-tuks, uma meia dúzia a cada hora, insistem em percorrer a rua. O ideal seria deixarem o veículo fora da Vila Berta e levarem os turistas a pé, como faz Carlos Ventura, 36 anos, da enRoute Lisboa. Depois de alguns anos no Dubai, onde amealhou dinheiro como gerente de uma empresa de merchandising, regressou a casa, comprou dois tuk-tuks e tornou-se guia turístico. A acompanhar uma família espanhola, entra a pé pela Vila Berta adentro, mas o veículo fica estacionado na Rua do Sol à Graça. Se a avó, natural da Graça, soubesse que ele entra ali de carro, não lhe perdoava. Aos cerca de 15 a 20 estrangeiros que ali leva por dia conta que aquela é uma das sete vilas operárias do bairro, com um forte carácter social. Dali segue viagem, subindo ao miradouro da Senhora do Monte.

É aos sábados de manhã, quando há mais movimento, que se cruzam grupos de visitas guiadas a pé, de segway ou de bicicleta. “Já não é fácil dormir até tarde”, brinca André, sobre o burburinho de quem passa a juntar-se à construção feita em tabique, que deixa entrar todos os ruídos. Apesar de uma certa desvalorização, por causa de um menor certificado energético, um T1, por exemplo, não é arrendado por menos de 600 e tal euros; daí para cima, é pura especulação. Os preços começaram a inflacionar logo em 1996, quando a Vila Berta foi classificada como Imóvel de Interesse Público.

Durante 35 anos, Rui Coelho, 56 anos, morou no número 12, 1º esquerdo. Na adolescência, veio de Reguengos de Monsaraz para casa da tia, quando quis dar o salto para Lisboa e estudar Desporto. “Estava na idade certa para receber o mundo e senti bastante o contraste do Alentejo com o centro de Lisboa”, conta. Hoje, é a sobrinha quem mora nessa casa, mantendo-se assim na família. Rui Coelho lembra-se de uma fase distinta da Vila Berta, em que houve a possibilidade de entrarem novos donos. Era o início dos anos 1980, os prédios passaram a propriedade horizontal – com as frações a ganharem autonomia desde que registadas separadamente –, e a rua ganhou iluminação pública e recolha de lixo pela autarquia. “Houve uma certa emancipação dos moradores e há mais de 10 ou 15 anos que há alojamento local”, recorda.

Varanda VIP para o arraial
Há quatro anos, Vânia Cardoso e Pedro Fonseca, 41 e 35 anos, foram dos últimos a comprar casa na Vila Berta. Ao mudarem de um T3 no vizinho Largo da Graça, com 115 metros quadrados, para uma casa com 90 metros quadrados, com dois quartos e um pequeno pátio nas traseiras, a monitora da escola A Voz do Operário, o bancário e a filha de 7 anos perderam algum espaço, mas foram compensados com o sossego, numa zona onde todos se conhecem. Nos últimos tempos, também lhes chegou aos ouvidos que na Graça havia casas a serem vendidas por meio milhão de euros. Ainda lhes passou pela cabeça ganhar dinheiro com o imóvel comprado por 185 mil euros, a precisar de muitas obras de fundo, como pintar paredes, pôr chão novo, substituir casa de banho, cozinha e todas as janelas. Mas Vânia e Pedro não querem sair da Vila Berta, onde os gatos ainda desfilam em passo sossegado sem terem de fugir dos carros.

A mudança de Hugo Amorim, de Ana e da filha de 12 anos da linha de Cascais para Lisboa só fazia sentido se fosse para a Graça, onde ela tem família e fica perto do Intendente, onde trabalham. Alugaram um T2+1 restaurado, com um pé-direito alto, mas uma cozinha pequena, e ali querem ficar o máximo de tempo possível para gozarem o privilégio de irem a pé para o trabalho e de almoçarem em casa. “Um pequeno nicho onde todos se conhecem. É um bairrismo diferente, talvez mais chique.” E se o arraial não era a onda de Hugo Amorim, 44 anos, surfista, artista plástico e dono de uma editora de gravura, passou a ser. A Ana, 45 anos, a altura do Santo António lembra-lhe a infância passada no Castelo com a avó, onde também ajudava a organizar o arraial. Agora têm uma plateia VIP na sua varanda, mesmo por cima da festa.

Sem qualquer proprietário estrangeiro, Regi Souza, uma brasileira de 51 anos, é das poucas moradoras internacionais. Chegou de Minas Gerais há 14 anos e, passados poucos meses, já estava instalada na Vila Berta, onde começou por tratar de um casal de idosos e depois passou a fazer a limpeza das várias casas que André Tojal tem em regime de alojamento local. Os mais velhos continuam a pedir a Regi para lhes “dar um jeitinho na casa”, ir comprar o pão ou levar o lixo. “É gente unida e boa vizinhança”, conta a empregada de limpeza, sentada nas escadas de acesso às caves da Vila Berta, onde mora numa casa exígua, a precisar de melhoramentos por dentro e por fora.

A Associação de Defesa do Património da Vila Berta, criada em 2014, conta com mais de 20 senhorios, cujo principal objetivo é tratar da reabilitação da rua. Com as verbas arrecadadas pela Comissão de Festas dos Santos Populares, já qualificaram as fachadas, retiraram os cabos de telecomunicações, rebocaram, pintaram, repuseram azulejos pintados à mão, pintaram as portas, os ferros, tudo o que é comum no espaço público. Mas ainda falta arranjar as caixas de esgotos, os degraus e os corrimãos de acesso às casas e as traseiras dos prédios, principalmente na zona das caves.

Durante os arraiais de Santo António, a banca das sardinhas de Isilda Martins, 74 anos, com as suas sobrinhas à frente da grelha, é das mais concorridas. Antiga telefonista e rececionista, Isilda mora ali há 46 anos. Tinha 28 quando saiu da “província”, perto de Castelo Branco, e se instalou no número 5. “Havia um guarda da vila que até cuidava das plantas nos vasos”, recorda. Pagava dois contos e quatrocentos escudos de renda e, ao fim de uma década, comprou a casa por 250 contos e fez obras orçadas em mais de mil contos. Anos mais tarde, investiu no prédio da frente, onde mora agora, comprou três andares por mil contos cada e fez obras totais no valor de nove mil contos. No seu prédio moram pessoas de várias gerações, todas se dão bem, e ainda tem vizinhos a quem pedir sal, se precisar.

As gravações de um teledisco de Marco Paulo, de uma novela da TVI e, mais recentemente, do remake do filme Pátio das Cantigas deixam-na animada. Quando vem das compras, ainda é ajudada pelos mais novos que lhe carregam os sacos, e entre os mais velhos todos têm a chave das casas uns dos outros. Detalhes da sua melhor definição de um “ambiente diferente, mais familiar”.

PORTO Ilha São Vítor

Ilha São Vítor

Lucília Monteiro

São Vítor “chic” é aqui?

Da velha Ilha do Doutor à nova Ilha D’Ouro: passeio com figuras genuínas, a ver turistas rua acima, rua abaixo

Zé Castelo veio ao mundo com um estalo. “Como não chorei, a Clarinha, parteira da zona, deu-me uma bofetada para eu berrar. E aqui estou. Há 66 anos.”

“Aqui” é a Ilha do Doutor, Rua de São Vítor (Bonfim, Porto).
Um doutor, coisa rara noutras épocas, terá morado numa destas casas “menos que zero” e o nome colou-se ao lugar. Os antepassados de Zé chegaram há 100 anos “ou mais” e o fenómeno repetiu-se: por isso, esta é também a Ilha dos Castelos.

Alguns nasceram na cama que ele batizou de “maternidade”. Descendentes ocupam ainda parte da dúzia de habitações do corredor com vasos exuberantes, estendais, tanques de lavar roupa, grades de cerveja e botijas de gás. A morar longe, na Rua da Constituição, Zé Castelo não cortou o cordão umbilical. Por isso, regressa quase todos os dias ao local de partida para se entreter no quintal, onde galináceos andam à solta e ao qual se acede fazendo chiar a velha porta de madeira com emblema gigante do FC Porto. “Sou sócio desde 1965.”

O quintal é também sala de visitas da ilha. Por estes dias, assou-se leitão para amigos, mas já houve espetáculos de teatro e, em breve, talvez até se acolha o lançamento de um disco. Forasteiros são bem-vindos. “No São João, esteve aqui um casal de alemães que já tinha vindo no ano passado”, conta Zé Castelo. “Na noite, fazemos massa com miúdos de borrego, é a tradição. Eles gostaram tanto que agora voltaram!”

Os turistas são atraídos para a zona como se ali escorresse mel.

A famosa cascata sanjoanina da Ilha do Doutor, este ano embelezada com a estátua de São Vítor comprada em Barcelos, gera azáfama extra em junho, mas o corrupio não olha a efemérides, sol a pino ou respingos de chuva. Todo o ano entram guias liderando grupos de franceses, polacos, enfeitiçados pelo “típico”, e fotógrafos russos pasmados, vindos de preguiçar o olhar no Douro, no casario 
e na outra margem, ao fundo.

Se calha andar por ali, Zé Castelo gosta de franquear tradições e quotidianos a quem vier por bem. Quarenta anos na Marinha de Guerra deram-lhe calo e outra alcunha: Zé Marinheiro. “Falo o inglês da doca e vou-me safando.” A ele recorre para explicar aos de fora como se desatam identidades num território em acelerada gentrificação. “A rua vai ficando despovoada. Houve melhorias em duas ilhas, mas isso não é para pessoas daqui”, lamenta, sem esconder o papão. “A especulação imobiliária é grande: querem comprar tudo, as pessoas resistem pouco tempo e o dinheiro fala mais alto. A senhoria desta ilha ainda não chateou, mas também somos muitos, não é?”

Resistência e modas

Espaços de resiliência, partilha e afetos, nas ilhas do Porto a história também se faz de zaragatas de peito feito. Mas, nas horas más, tantas, nunca se faltou ao vizinho com moletes ou pratos de sopa. Lugares de vaivém sem pedir licença, pouco se esconde para lá dos portões. Mas algo vai mudando em São Vítor, ainda o maior aglomerado habitacional do género na cidade. “As ilhas tinham um ambiente que, embora privado, permitia a qualquer pessoa entrar para o que fosse preciso. Havia pequenas oficinas, faziam-se biscates, arranjavam-se sapatos e guarda-chuvas”, relata o geógrafo Jorge Ricardo Pinto, ramo do tronco familiar cujas raízes fortificaram na rua. “As pessoas vão saindo, aliciadas ou por velhice. Já temos ilhas com grades ou que não se veem por fora. Foram transformadas em condomínio ou alojamento turístico. É contranatura”, diz o homem que ainda recorre à língua franca de São Vítor quando precisa de atalhar caminho ou fazer pontes: “Diga que é o Ricardo, neto do Neca.”

Outrora Ilha do Padeiro, a Ilha D’Ouro, assim mesmo, com apóstrofe, é o novo modelo, versão urban chic. Os vasos, a roupa estendida, o tosco e antigo granito, os animais em alvoroço, a conversa à janela, sinais de vida sem máscaras nem subterfúgios foram-se. Agora há uma espécie de grade prisional a separar rua e cintilantes caixas de correio de 22 minúsculos apartamentos (um deles para turistas) e pátios com relva a fingir. Algumas casas foram vendidas a portugueses. As imobiliárias também compraram e revenderam (90 a 95 mil euros por um T0). Tudo esgotado, não habitado. “É a versão sofisticada da ilha antiga, sem alma”, comenta Jorge Ricardo Pinto, “professor” cujas narrativas se reduzem agora a uma casa de papel. “Os meus avós paternos viveram aqui. Já romanceei a vida deles, imaginei-os a namorar nestas escadas, mas agora nem elas são a mesma coisa.” Falta poesia. Ou talvez Eugénio de Andrade, pendurado no olhar, à varanda que foi sua, ali perto. “O Porto é só esta atenção empenhada em escutar os passos dos velhos que, a certas horas, atravessam a rua para passarem os dias no café em frente, os olhos vazios, as lágrimas todas das crianças de São Victor correndo nos sulcos da sua melancolia.”

Antero Oliveira, 61 anos, nunca entrara na Ilha D’Ouro. A dele era “a do Padeiro”: chuveiro e casas de banho coletivas, tal como a alegria e a desesperança. De telemóvel ao alto, fotografa e filma o que vê. “Isto não me diz nada”, confessa. “Mas está muito mais bonito.” Dirigente do Sporting Clube São Vítor, viveiro de portistas fundado há quase 69 anos por um padre de devoção leonina, Antero não estaca em ilusões. “Saiu muita gente, outros compram casas abandonadas, mas ninguém os vê. Os brasileiros que vêm ao clube comprar cerveja nem sequer ficam a conviver.” Trezentos sócios esfumaram-se: hoje há uns 80 a pagar quotas. Antero nem assim adoça o que foi amargo: “Crise!? Crise era ter fome e ter de gamar batatas ao merceeiro!”

A história da rua foi feita por antigos operários das fábricas de tabaco, cal e curtumes. Os refinados luveiros da Baixa, onde luvas de pelica fizeram furor, devem a fama aos braços de São Vítor. As placas alusivas a estes corredores residenciais premiados no concurso das ilhas remetem para épocas irrepetíveis. Nem melhores nem piores, diferentes. O futuro são ilhas “turísticas”, com “forno a lenha”, jardim biológico, portão impenetrável e vistas exclusivas, onde meias coloridas no estendal são apenas adereço para vender um conceito. Há projetos de reabilitação em curso e reza-se para se que ninguém se lembre de enxertar mais um percurso Harry Potter por estas bandas, a pretexto de que o ex-marido de J.K. Rowling morou em São Vítor.

“Só paga à saída!”

Em breve, a Ilha D’Ouro alargará para o prédio onde ficava o “Serafim Barbeiro”, ligando-se, a todo o comprimento, à “do Doutor”, passado e presente paredes-meias.

“Mostra para ele as unhas que eu arranjei, mostra!”

O sotaque chega dançante, as palavras gingam como ancas. Desafiada, Maria Antónia, 65 anos arrebitados, mostra então as unhas dos pés pintadas de vermelho garrido por Cléo Sousa, brasileira de Minas Gerais. Há anos, ela veio ao Porto na pele de turista. Na última primavera, voltou para ficar. “Gostei de tudo, fui bem recebida e descobri esta vovozinha”, sorri, com olhar terno fixado na velhota, embevecida. “Tento compensar, fazendo toda a gente ficar alegre!”, assume a depiladora, maquilhadora e cabeleireira ao domicílio. Mas a mineira também já viu o reverso da maré turística: mete-lhe pena ver idosos deixarem casas carregadas de memórias e fazerem ninho noutras, “vazias de recordações, assim meio sem rumo”. Não será o caso de Maria Antónia. Mais de metade da vida foi tecida na Ilha do Doutor, mas já viu quem perdesse o pé ali perto. “A minha amiga Rosinha saiu, preferiu casa nova. Não se pode condenar.” Por enquanto, ela lida com a vaga sem perder o humor. “Andam sempre turistas a ver isto, acham graça.” Então, ela assoma à porta de casa, assinalada por um Bart Simpson de plástico, vira-se para eles e diz: “Só paga à saída!” Alguns querem mesmo dar-lhe dinheiro, mas ela rejeita. “É a brincar! A saudação nunca estragou ninguém”, justifica esta antiga empregada do Hotel Nave. “Ainda visito os meus antigos colegas ou ligam-me eles por causa das plantas”, conta. “Aqui, passo os dias a ver turistas para cima e para baixo, mas não fazem vida na rua. É eles na deles e nós na nossa.”

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